O SAPATEIRO REMENDÃO
O SAPATEIRO REMENDÃO
O velho sapateiro remendão,
Todo o dia a bater sola!
Fazendo o seu trabalho à mão,
Para todos tem uma graçola!
Vive naquela rua sombria,
Anda bem-disposto e folgazão!
Em tempos um copito bebia,
Agora pensou e achou a solução!
Nunca aspirou à riqueza,
Vive da sua modesta profissão!
Embora vivendo com pobreza,
Leva a vida com retidão!
Conhecido em toda a cidade,
Por saber bem trabalhar!
Sempre foi correto, é verdade,
Ninguém tem nada a apontar!
Passando cera e brunindo,
Sua obra, era esmerada e fina!
A sola cozendo e unindo,
Dando uma olhada à esquina!
Tempos difíceis para os pobres,
Mas na sua pobreza, ainda dava!
Não era procurado pelos nobres,
E aos pobres, sempre ajudava!
Sempre viveu com humildade,
Trabalhava no ofício desde criança!
Era rude mas cheio de humanidade,
Era assim, vivendo na esperança!
J. Rodrigues (Galeano) 22/07/2012