Para Você, Mulher!

   
      Desde imemoriais momentos, desde quando, quem sabe o tempo ainda era juvenil, uma necessidade se fez incômoda na Suprema Consciência Cósmica, uma necessidade de sentir, de tocar, de respirar de olhar a obra da criação, de sua própria criação. Penso que em algum enigmático ou incognoscível “momentum quântico” o Cósmico precisou olhar-se no espelho com algum tipo de mente que não fosse a sua própria.
     Como um útero cósmico que já é, um infinitesimal parte de sua essência deitou-se nessas estâncias de beleza material e “habitou-se no meio” de sua própria criatura.
     Mulher. O caminho sem fim e sem começo do fenômeno chamado vida...
     Nunca saberemos talvez de que outros mistérios você foi composta em outros orbes ou em outros planos e dimensões; nunca saberemos talvez se a lua não está nos guardando apenas para zelar pelos teus ciclos próprios, dentro de suas leis que atormentam e encantam a nossa cabeça dura masculina; talvez, como se já habitue em sentenças populares, nunca as possamos entender em toda a sua profundidade, devendo apenas, amá-las em respeitosa alternância dos dias e noites do nosso entendimento.
     Na maior das odisseias da natureza e da própria vida, deixou para trás as estepes, atravessou terras desconhecidas deixando para trás a Mãe África, e irrompendo junto com seus maridos primatas singraram novos mundos, recriando e abandonando o éden à luz de sua própria e mutante perfeição. Cuidou de seus pequeninos, de suas meninas e meninos e de seus homens. Choraram lágrimas que se congelaram na extinção de raças e sofreram no inverno milenar na aurora de nossa civilidade. Legaram aos nossos anos coetâneos o melhor de sua essência, o melhor do orgulho cósmico.
     Antes de qualquer anúncio dos ventos feministas, foste Nefertari. Antes de qualquer amante mais dedicada, foste Nefertiti. Dividiu reinos quando fostes Helena. Chorou a dor mais cruel de mãe como Maria, e de (companheira ou seguidora fiel?) como Madalena. Ao longo das cortinas dos séculos foi cada doce insinuação e mudança, doce carinho e conduta, doce e febril revolução de costumes.
     O que seria de cada homem sem ti, Oh Mulher, caminho sem fim e sem começo desse fenômeno chamado vida? O que seria do Cósmico sem ti, Oh Mulher, que concebeu a possibilidade do Criador vislumbrar sua própria criatura. Por você, mulher, o Som se fez Sim e o Fim disse Não para a eternidade.
     Parabéns por um breve dia celebrado a ti, e parabéns por cada outro dia ao qual nos concede o sentido próprio particular de viver, por seu amor, por seus encantos, por seu doce e gostoso cheiro, inteligência e força. 

 
     Dedicada à essência mais zen e mais espiritual de toda mulher e da inspiração que as tornam Amadas Imortais, quando, claro, são percebidas dessa forma por seus primatas românticos.




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Ronaldo Honorio
Enviado por Ronaldo Honorio em 07/03/2007
Reeditado em 21/11/2018
Código do texto: T404175
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