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CANTIGA PRA DOMINGUINHOS*
 


Calou-se a segunda voz
do Nordeste brasileiro,
que a primeira, a de Gonzaga,
Deus do céu chamou a si
– era o maior sanfoneiro.
 
Enfermo está Dominguinhos;
não pode soltar seu canto,
mas que sare o tocador,
esse artista de primeira,
que o País estima tanto.
 
Uma sanfona calada
já nos traz muita saudade;
duas, então, dão tristeza,
e, como são as melhores,
isto resulta em maldade.
 
Sara logo, Dominguinhos,
vem dar voz a meu Nordeste,
que enfrenta seca danada
e o gado morre de fome.
Fica bem, cabra da peste!
 
Volta, oh grão tocador,
vem alegrar nosso povo,
que, no estio prolongado,
assim como fauna e flora,
só quer ser feliz, de novo.
 
De voz e sanfona mudas,
que falta nos faz o herdeiro
do nosso «Rei do Baião»,
dodói em um hospital,
vivo o melhor sanfoneiro.
 
O sertão a pegar fogo,
muito triste a sua gente...
Volta logo, Dominguinhos!
Como a dor de teus irmãos,
tua voz ganhou patente.

 
Fort., 23/01/2013.

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(*)
Dominguinhos
 
José Domingos de Morais, conhecido como Dominguinhos, é um instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Wikipedia
Nascimento: 12 de fevereiro de 1941 (71 anos), Garanhuns
Prêmio: Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raizes Brasileiras
Gravadoras: BMG, Continental Records, Warner Music Group, Mais

Fonte: google.com.br
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 24/01/2013
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T4101531
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