Mano Chorão.

Rio, 06.03.13.

Mano Chorão.

Aquele jeito louco de cantar a vida.

Aquela vida louca no jeito de cantar.

Ele que era chorão ao sair da cena

Da existência nos deixou em prantos,

Muito porque nos fez acreditar

Que bom era viver, que bom era sonhar

E apesar da responsa ainda conseguir

Olhar o mundo com os olhos criança,

Que só quer brincar.

Foi um vagabundo que passou pelo

Mundo fazendo de um jeito

Que ninguém pudesse esquecer,

Seu modo invocado e até carrancudo

Sempre determinado a vencer.

As letras de suas canções muitas

Vezes se adequaram como uma luva pra mim

E agora que anunciaram seu

Repentino e inesperado fim

Mais do que nunca fica a pergunta:

"Porque a vida é assim?".

Embora tenha dito que falava

Tudo o que ela gostava de escutar,

Disse coisas que eram necessárias,

Mas que muitos até hoje

Não querem ouvir.

Eu lhe presto homenagem com

Esses meus versos, porque

Sei o quanto ele amava versar

e me despeço bem no seu estilo:

"Ouvindo um som e olhando o mar".

Obrigado por ter sido

O porta voz da minha rebeldia,

A inspiração dessa poesia,

O cara que trazia numa canção

Uma reflexão inteligente

Pra preencher meus fins de tarde.

Aquele abraço meu mano chorão,

Você deixou saudade.

Clayton Marcio.