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Homenagem a: IRIS AUGUSTA RICARDO – 19/04/1933

Texto de: Vilda M. Ricardo e Raysan de Souza

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Mãe, gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno e idealismo nos olhos.

Gosto de gente que ri e chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um gesto de carinho, um abraço e um afago, e você mãe é assim.

Mãe, você que sempre foi uma “guerreira”; casou-se aos 16 anos com o pai “Antônio” e teve seus 07(sete) filhos; 19 (dezenove) netos; 16 (dezesseis) bisnetos e 03 (três) tataranetos. Você que trabalhou de sol a sol para poder suster seus filhos na labuta de uma “roça”, sendo visionária como é, veio para a cidade em busca de uma melhor condição de vida para eles, colocando-os no “colégio” para melhor adquirirem o saber, porém, a sua luta não cessou, o trabalho aumentou, as preocupações aumentaram, as dificuldades também. Lembro-me mãe, que muitas e muita vez passou por situações degradantes. Chegou até a trocar os seus lindos fios de cabelos negros por dinheiro para comida comprar. E, foi assim mãe, que nos ensinou os valores morais da vida; que nos ensinou a trilhar os caminhos sociais com dignidade.

Mãe, nesse dezenove de abril de dois mil e treze, quando fazes oitenta anos, aqui reunida com seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos, sentimo-nos honrados e eternamente agradecidos por tê-la sido tão forte e importante nas nossas vidas. Eu, particularmente lembro-me das noites frias numa cabana na roça e tendo você como meu cobertor. Naqueles momentos você era tudo para mim, era a minha linda fantasia; era a cachoeira em forma de orquestra; eram as minhas cobertas que aqueciam o meu corpo e alimentava a Minh ‘alma; era o tapete do meu chão; era a certeza das minhas incertezas; era a minha melodia.

Agradeço mãe, pelas ferrenhas batalhas que lutastes para nos defender. Olhe, valeu a pena viu?! A sua “roça” deu belas árvores, que geraram belos e bons frutos. O Pai Antônio está no céu sorrindo em forma de trovão nesse momento, vendo a sua plantação formosa e próspera, sem nenhuma planta daninha.

Mãe se sinta uma vitoriosa, uma verdadeira artesã, você já desenhou nossos corações na areia da praia da vida eterna; riscou sobre os “muros celestiais” nossas iniciais. Você se eternizou.