O Namorado

Nada me deixa mais desassossegada do que pensar em ficar sem namorado. E a coisa ficou tão séria que eu não quero arriscar a largar o osso, afinal demorou muitos dias, muitos mesmo, mas ainda que três anos (vejam bem: três anos) tenham corrido enquanto eu tentava, insistentemente, conquistar esse homem, hoje eu confesso que estou, digamos, satisfeita. Vivo a fase do encantamento. E isso para uma mulher beirando os 38 é algo que merece celebração.

Não sou do tipo submissa, dependente, disposta a tudo para não aborrecer o outro. Não mesmo! Sou bem nojentinha, grito, faço drama, tenho meus fantasmas das relações anteriores... Mas, em compensação, se me conquistar, eu sou um prêmio de loteria. Meu namorado sabe bem disso. Quando eu amo é pra morrer de amor, e vou com tudo.

Sou fã do meu namorado. Ele merece, sim, a namorada que tem. Nossa relação vem se construindo a cada dia e eu bem sei que amor por si só não se sustenta. A não ser na poesia, porque na vida real amor é algo bem mais complexo do que o tratado nos meus versos.

As pessoas não vêm prontas uma para a outra, não há perfeição nos encontros. O que existe chama-se construção. Acredito nessa relação que se faz à medida que as partes se envolvem e, assumindo um compromisso, decidem ser felizes juntas.

Não tenho um namorado, eu tenho “o namorado”, e por isso minha felicidade em comemorar o 12 de junho.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 11/06/2013
Reeditado em 11/06/2013
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