MORTE DE UM PAI DE FAMÍLIA.

Era pouco mais que nove horas...

A jornada tinha fim naquele instante.

Um comércio se fechava.

O descanso era premente.

O corpo todo, agora, reclamava.

Era um pai, um filho, um esposo.

Para casa deveria logo ir.

No entanto, as cobiças de um crime

para casa o impediram de seguir.

Assaltado, negou-se a entregar

o dinheiro que de dia recebera...

Pela paga do trabalho e do penhor

que, por certo, deveria já cumprir...

Jaz no chão, estirado, corpo inerte.

A mágoa à família se espalhou.

Dois infantes sem o pai agora estão.

De uma mãe, dilacerado o coração...

O crime rondando nossas vidas...

Era Zen seu apelido, pois capaz

de espalhar o bem a todos, sem lamentos...

Seu momento agora, apenas, é de paz.

Já se foi, na porta do comércio estirado...

Negra e só a pedra fria o recolheu.

Doeu o tiro, vai doer mais a saudade...

Mão assassina lhe tirou toda a verdade:

sua mulher, perdendo a vaidade,

está em prantos, esperando seu caixão.

Partido o coração, resta o amor

da família enlutada a chorar.

Assassinado por estar a trabalhar.

Assassinado por estar tão desarmado.

Assassinado porque o crime lhe tirou

a ventura de os filhos ver crescer.

Assinado por tentar se defender,

não entregando ao malfeitor o que pedia.

Triste é a Poesia que decanta

a morte que tanto a desencanta.

Triste é a dor desta família,

Que em vigília toda está.

Triste é a Páscoa do Senhor,

para os filhos, sem o Pai, só desamor!

(às 10:29 hs. do dia 03/04/2007)

Mariza Monica
Enviado por Mariza Monica em 03/04/2007
Código do texto: T436504
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