The boy with the J.T.

Ele era um garoto daqueles que se valiam. Eu não via sua aparência, seus entornos, isso eu não via, sabia que no externo não era perfeito, era bizarro. Eu gosto do bizarro, mas eu via somente dentro dele, via que havia um coração bom alí, via através dos olhos escuros e da cabeça baixa. Via através de sua falta de confiança, via seus medos, via sua escuridão. Via tudo no garoto que se valia, valia ouro. Via também que ninguém via o que eu via. Eu via, só eu, ele não sabia. Ele continuava andando esbanjando sua péssima imagem de si, olhando os ladrilhos do chão ficando pra trás, ou a si mesmo ficando atrás, a cada passo que dava deixava um pouco de sua alma. Mas ele tinha uma alma tão grande, que poderia escalar montanhas e ainda assim bastaria a mim. A mim um pedaço dele já bastava, não precisava de um todo. The boy with the J.T., eu só queria abraçá-lo do nada, dizer que entendia o que ele sentia, que enxergava o tamanho de sua alma, e que era muito maior do que ele podia imaginar. Mas eu não o fazia. Eu não tinha tanto amor assim pra dar, eu só imaginava, sonhava, e o deixava pensar que era tão pouco e que nunca seria notado. That was my boy with the J.T.

Thabata Guerra
Enviado por Thabata Guerra em 13/04/2007
Reeditado em 04/08/2007
Código do texto: T448830
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