o décimo lavrador

“O décimo lavrador”

Herdeiro desta dinastia

Baluarte da sabedoria

Que raízes - me dizes – tu tens?

Sua estirpe – de onde vens?

Se, pois saído do latim,

“o décimo filho”, seja sim.

Com mestiços traços

Determinados paços.

Ou se na bíblia citado

“inocente lavrador” faz luz

Sua história muito reluz

Pelo que tem semeado.

Filho, sim da miscigenação,

Forte, na soma das raças.

Em nossas vidas traças

Rabiscos de uma nova nação.

Ele chama Manuel bandeira

Tem na mão machado de Assis

Faz de nossa cultura, primeira!

De seu saber um chafariz.

Seu sangue mestiço clama

Cada glóbulo se agita

Canta forte, e inflama,

Inquieta alma que grita

Não dos confins das minas gerais

O ouro que consigo traz

Mas nos olhos, brilho sereno,

Valores estes, não pequenos!

E na vivência,

E no jongá

Inteligência

Que faz calar

Capoeirista

E de angola

Faz um roteiro

Que faz dançar.

- sou menino mundeiro

-sou homem de lá e cá

-Naná me falou faceiro

-sou tronco de baobá

Será do tronco tupi

Ou talvez do macro-jê

O saber que dele ouvi

A alegria que nele se vê.

Mas seu coração menino

Como cultiva não sei

Mas sua prosa ouvindo

Fiz-me menino outra vez.

- Para meu amigo, Décio Teobaldo.

*observação: Décio: o décimo filho (origem: latim) / Teobaldo: inocente lavrador (origem: bíblica)