Mendoza, mundo apaixonante

               No dia 19 de julho de 2013, numa fria tarde de uma sexta feira, estava embarcando rumo a Buenos Aires, Argentina. O vôo tinha conexão em Porto Alegre/RS. Cheguei na capital gaúcha duas e meia da tarde. Na capital gaúcha estava mais frio que na capital paulista. O vôo da capital gaúcha para a capital portenha só sairia depois das nove e meia da noite. Então aproveitei para dar um rolê em terras gaúchas.
                Da janela do avião vi o riozão Guaíba lindo, soberano e majestoso que banhava a capital gaúcha, muito cultivo agrícola e pecuária. Os gaúchos são grandes produtores de soja, arroz, milho, trigo e outros cereais sendo também o maior produtor nacional de uva destinada à produção de vinhos contribuindo com mais de 90% do total nacional. As cidades de Bento Gonçalves e Caxias do Sul são as principais cidades vitivinícolas gaúchas.
               Saindo do Aeroporto peguei um busão logo na porta que ia para o centro da Capital Gaúcha. Estava louco para provar um delicioso churrasco gaúcho. No ônibus perguntei a um homem da terra se ele conhecia uma boa churrascaria na cidade. Surpreendentemente, ele me falou que o churrasco paulista é tão bom quanto o gaúcho.
           
   Fui a um shopping que tinha pequenas lojinhas e tomei um chocolate quente, cremoso e saboroso oriundo de Gramado, cidade do interior gaúcho. Comi um sanduiche natural e um suco de laranja com acerola.
          Voltando para o Aeroporto me deparei com uma churrascaria Uruguaia mas como eu já tinha comido infelizmente não pude apreciar a "parrillada uruguaya"
. Fica para uma outra ocasião.

     Ainda consegui conhecer o sistema ferroviário portoalegrense que é possível acessar a pé em cinco minutos saindo do aeroporto. Toda grande cidade brasileira deveria ter uma estação de trem do lado de um aeroporto. Estava em construção um monotrilho para ligar a estação de trem direto ao aeroporto. Vai ficar pronto na Copa 2014. Deu pra ti baixo astral, vai pra Porto Alegre e tchau.
              Cheguei em Buenos Aires, uma da madrugada do dia 20 de Julho e comprei uma passagem de microônibus que te levava do aeroporto até o hotel por 90 pesos. Eles me deixaram na porta do Hostel Che Lagarto no qual ficaria hospedado até o dia 22 de Julho quando embarcaria rumo a Mendoza.
              Minha reserva fora marcada para as duas horas da tarde do mesmo dia e não tinha vaga sobrando para dormir no hostel. Deixei minha mala numa salinha na recepção do hostel e fui procurar um lugar para dormir. A rua estava deserta e as hospedagens estavam cheias. Não tive outra alternativa a não ser ficar aguardando no sofá da recepção do hostel até o dia amanhecer.
           No dia vinte de julho às seis horas da manhã fui a Rodoviária de Retiro em Buenos Aires para comprar a passagem de Buenos Aires a Mendoza. Gastei 540 pesos e comprei a passagem pela Empresa Flechabus, muito recomendável para quem quer viajar de ônibus pela Argentina.
              Na Argentina o dia apenas começa a aparecer a partir das oito horas da manhã. Quando fui para rodoviária estava escuro e eram cinco e meia da manhã. Fui de metrô (subte) que é muito antigo e pouco limpo. A passagem custava 2,50 pesos. Fui da Estação Moreno (Linha C) até a Estação Retiro (Linha C). Por essa linha é possível fazer combinação com as linhas A, B, D e E formando a linha metroviária da integração. Os trens são pequenos e antigos. Dentro das plataformas das estações existem bancas de jornal e bombonieres, algo que não tem no Brasil.
            Da Estação Retiro dá para ir a pé em dez minutos até a rodoviária que é um pouco suja e onde dorme muitos moradores de rua por causa do  do vento harragano gelado que castiga muito quem não tem um teto para viver. Lá é do lado da Villa 31, uma favela bem grande do lado de locais supervalorizados como Puerto Madero e San Isidro.

          No caminho de Mendoza para Santiago a emoção era muito grande. As lágrimas saiam dos meus olhos como as águas escorriam pelas cachoeiras dos rios. As montanhas estão no meu sangue boliviano que ganhei de minha gloriosa mãe. Cada montanha dos Andes é tão viva e tão linda quanto os seios de uma mulher.
          As montanhas e o rio me diziam que Mendoza era o lugar mais apaixonante que eu conheci na minha vida. E eu retribuia tudo chorando cachoeiras de lágrimas. Os vinhos me diziam a mesma coisa e eu os bebia como se fossem sangue que me dava o elixir da vida para continuar conhecendo a apaixonante e querida Mendoza, capital da vitivinicultura, da vida e da alegria do sofrido povo Argentino massacrado pelo neoliberalismo, pelo conservadorismo da igreja e pela Guerra das Malvinas.
          
     

                    
               
Bruno Valverde
Enviado por Bruno Valverde em 10/10/2013
Reeditado em 11/10/2013
Código do texto: T4519693
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.