DIA DA CRIANÇA
E A AVÓ


Vinham as crianças tropeçando umas nas
outras...umas de mãos
dadas...outras saltando de alegria,
só porque as aulas haviam terminado...
e também  porque gostavam muito mais de 
brincar...do que de estudar.

No  portão a professora ficava pensativa,
pois todos os dias tudo de novo de repetia
e notava como as crianças eram sempre
mais felizes
no pátio...ou quando iam de volta para casa
gritando...outras até xingando e falando
palavrões uns para os outros.
Alguns brigavam feio...e tiravam suas
diferenças rolando pelo chão empoeirado e
sujo dessa  rua abandonada onde ficava a
escola, bem escondida por muros altos e
donde de fora
nada se via senão um portão de ferro antigo
e desgastado pelo mal cuidar...e  tão alto
quanto o próprio muro.Uma verdadeira
prisão.

Era triste de se ver esse muro todo pichado e
abandonado e também a rua toda esburacada
 e sem graça, onde nenhuma árvore havia...porque
o prazer noturno dos vândalos era justamente
destruir qualquer uma que aparecesse pelo caminho.

Ninguém tinha mais educação...é o que pensava a
professora...que um dia havia também sido criança...
mas pelo menos educada por uma família...que lhe
havia dado boa educação e lhe ensinara  um mínimo
de ética, ou seja: respeitar o próximo como a si mesmo..
sem contudo alardear extremos religiosos...mas pensando  realmente no próximo.

Ali, parada, ela hoje pensava no Dia da Criança,
que para ela era todos os dias.
Ela não tinha mais filhos pequenos...agora era avó,
e como todas as avós, muito orgulhosa de seu netinho...
Era apenas um, mas como era arteiro, valia por dez.
Adorava guloseimas...e brincar como todas as crianças.

Agora na saída da escola ela nem sabia o que comprar
para ele.E foi andando naquela rua suja...em direção
a uma lojinha, pois preferia comprar em seu bairro do
que ir a Shoppings, já que assim ajudaria os pequenos
comerciantes, além de fazer boa economia.
Entrou numa loja conhecida...e sabia que lá iria encontrar
algo para o netinho.
E ficou contente quando ao olhar a vitrine viu
um robozinho muito colorido.E pensou: como tudo está
robotizado mesmo...ele certamente gostará.
Comprou e saiu feliz. Desse presente ele iria gostar...
na certa.

E assim...o dia doze chegou depressa...e lá estava ela
na casa de seu filho...levando aquele lindo presente para
seu netinho.
Quando ele viu a avó, já sabia: era um presente que
ela lhe trazia.
E foi logo abrindo...e se admirando...e quase chorou
de alegria, pois nunca havia ganho um robô...Era a
primeira vez.
E lá ficou no chão para lá e para cá com seu lindo robô que
até falava e tinha sirene.

Ah...Dia da Criança...é mesmo todos os dias, mas ela
mesma sentiu a diferença.Era um dia especial, só deles,
e da família.Então chorou de alegria.Ela havia chorado
várias vezes...como todos choram...mas hoje era diferente.
Hoje chorava de alegria !
Que netinho mais lindo ele era...com seu robô colorido !
Era como quando ela brincara de boneca.E então lembrando
as alegrias de sua infância chorou mais um pouco.

Como você...querida amiga...que também pode chorar as
lembranças desse belo tempo de ser criança.E como é bom
chorar de alegria...não é ?

Feliz Dia das Crianças !!!


Cássio Seagull
em 11-10-13 SP
Texto comemorativo.