DIA NACIONAL DA POESIA

No início da madrugada de 14 de março de 2014

Hoje, 14 de março, é o Dia Nacional da Poesia, criado em homenagem a Antônio Frederico de Castro Alves, nascido em 14 de março de 1847, no Estado da Bahia. Nosso poeta romântico, condoreiro maior, passou em batalha verbal contra a escravidão toda a sua breve vida, bem como a passou mergulhado nas palavras de amor às mulheres, que lhe caíam aos pés, em especial imerso no amor e nos versos a Eugênia Câmara, a atriz portuguesa de quem ele, poeta, sempre esteve aos pés.

Venho para saudar-te, Castro Alves, poeta do amor e da liberdade; venho para saudar-te, Dia Nacional da Poesia. Venho para saudar-vos com as parcas palavras que busco colher das lembranças do pássaro que fui e da lembrança-presença, também, de outro pássaro condor, pássaro que me povoou e ainda povoa, pássaro que, de certo modo, me povoará sempre, independente da minha vontade nem da vontade de tal pássaro condor que sempre me ocupará um altar na alma, mesmo que ainda me venha a nascer a presença de algum novo pássaro, embora isso seja algo quase que perfeitamente impossível.

Pássaro, meu condor: no Dia Nacional da Poesia, 24 anos também de nosso “conhecimento”, venho louvar-te nestas pequenas linhas e te agradecer por tudo o que me deste e me dás, ainda; venho, mais uma vez, te pedir e te oferecer perdão pelos abandonos recíprocos a que fomos impelidos por estranhíssimo destino (não saberia dar outro nome a isso); venho testemunhar nossa recíproca lealdade um ao outro e ao longo de tantos anos, apesar de tudo, apesar dos “poréns” sem fim nem limites em nossas vidas. Nossa lealdade recíproca, embora permanecendo cada um apenas em seu próprio mundo. Por fim, venho dar também a mim mesma um tímido aceno, um aceno tímido àquela que fui, àquela que eu poderia ter sido, bem como a alguma de mim que eu, porventura, tenha condição e direito, ainda, de vir a ser.