Às Mães Que Criaram Nossos Filhos

Neste domingo minha homenagem é para as muitas Marias que não realizaram o sonho de procriar, mas são mães, que não amamentaram, mas trazem no peito o amor materno, que nunca engravidaram, mas transbordam de amor, nunca foram chamadas de mães, mas criaram seus filhos com a sabedoria que faltou às mães procriadoras, que hoje, esquecidas ao lado do fogão ou em um quartinho no fundo do quintal alegram-se ao olhar seus filhos crescidos homenagearem suas mães.

Hoje quero homenagear as mães de fato, que abriram mão de seus sonhos, de suas vidas para que outras mães se realizassem como mulher e profissional, que esqueceram seus corpos sedentos de paixão para cuidarem dos frutos de outras paixões, que enterraram seus amores para viverem o amor dos filhos que não gerou.

A você, tia, parenta distante, ou apenas babá. Mãe que acalentou, limpou, alimentou, educou. Levou à escola, acompanhou o crescimento, deu colo, tentou compensar a ausência materna, amou e nada cobrou em troca, ensinou a amar e respeitar, e ficava feliz em ser chamada de “tia” enquanto o coração clamava por ser chamada de mãe, que ouviu as primeiras palavras, acompanhou os primeiros passos, amparou os primeiros tombos, limpou os primeiros ferimentos... você que viu crescer os filhos que lhe foram dados a criar, que deu o remédio na hora marcada, banhou antes de ir à escola, escovou os dentes, que os viu casar e, algumas vezes, como fariam as verdadeiras avós cuidou dos netos que também não eram seus...

Você mulher, que se fez mãe sem ter a sua família, que amou incondicionalmente sem ter gerado àqueles a quem educou, que viveu em função dos filhos que nunca pariu, que velou o sono e os sonhos de cada um dos filhos alheios que os tomou para si pelo afeto e amor maternal que traz no peito, que deixou de engravidar para gerar amor materno pelos filhos já gerados por outras mulheres, que hoje, velha e cansada não tem um fruto para cuidar de seu cansaço, amparar seus passos vacilantes, ouvir sua voz cansada, segurar carinhosamente sua mão e chamar-lhe de mãe.

A você mãe de fato, meu carinho, meu respeito e minha sincera e agradecida homenagem.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 12/05/2007
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T485048
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