Homenagem ao meu avô

Com sua bengalinha, seu chapéu e seus óculos ele a bria o portão e saia para passear, às vezes com a blusa aberta, short e sandálias, sentava-se no ponto do ônibus e nos bancos da calçada, apenas para olhar a rua e jogar conversa fora. Quando me via passar acenava e dava um pequeno sorriso.

Hoje ele já não está nos banquinhos da calçada, para acenar para mim, não vejo mais sua cadeirinha no portão nem tão pouco ouço a sua voz que muitas vezes reclamava da vida.

Sinto falta daquela voz e daquele jeito autoritário, independente…

Sinto tanta falta… E o que mais dói foi não ter ido visitá-lo, se ao menos eu tivesse ido…

Sinto falta de vê-lo trocar os nomes dos netos, Willian por Ilha, Tiago por Tiaguá e Maurício por Murício.

Sinto falta de vê-lo sair com sua bengalinha feliz da vida dizendo que ia para “tolopia”, sinônimo de fisioterapia.

Sinto falta de andar com ele, e toda vez trazê-lo para o cantinho da rua, ele costumava sempre andar pelo meio…

Sentirei mais falta ainda quando chegar às comemorações de fim de ano… Sentirei falta do abraço, e dos puxões na orelha quando alguém fazia aniversário, ele dizia que era pra crescer rs…

Sentirei falta de vê-lo várias vezes ao dia e de repente lembrar de lhe pedir a benção, ele me dava a benção e então começava a rir, achava tão engraçado como as vezes passava-se uma dia todo e eu só ia lembrar mais tarde.

Como é difícil ver a casinha dele fechada, ao menos quando ele estava em casa, mesmo que eu não o visse, mas visse sua casinha aberta eu sabia que ele estava lá… Ou que estava passeando e logo voltaria…

Mas hoje sei que ele não mais voltará… Queria ter sido alguém melhor, e ter mostrado o quanto eu gostava dele.

Vovô são saudades eternas e lembranças que pra sempre estarão no meu coração!