* Os pássaros, que Quintana ensinou a levar a inspiração, não visitam apenas os nobres poetas, mas, sedentos pelo encontro com aqueles os quais abraçam a criação mágica e fascinante, eles voam para iluminar todos os incríveis amantes das palavras sedutoras.
 
Mais uma vez visitando o bom Ubaldo, céleres, contentes, saudando o amanhecer, os amigos das sugestões perceberam que a janela do querido baiano estava fechada.
O que teria ocorrido?
 
O vento, realizando sua incansável caminhada habitual, explicou que, naquela madrugada de sexta, o querido João abandonou a Terra.
 
Uma enorme desilusão ganhou força.
Imediatamente recordaram os pássaros, entre mil visitas preciosas, dois momentos especiais. Um fez aparecer “O Sargento Getúlio”, outro possibilitou elaborar “Viva o Povo Brasileiro”, romances primorosos e consagrados do contista inigualável.
E agora?
Como avançar sem o bom humor e o carisma do notável homem?
 
Frustrados os pássaros saíram. Há diversas janelas abertas, não cessam as almas que sintonizam com o recado literário edificante.
 
À noite, antes do descanso merecido, eles, acelerando o vôo, voltaram a lastimar a janela fechada durante a manhã.
Uma voz intuitiva esclareceu, contudo, que o gigante de Itaparica não precisa mais das suaves visitas matinais. O Universo preferiu o artista soprando idéias no Infinito.
 
* Eu, nessa noite de sexta (a primeira sem ter o genial cronista), desejei demais olhar o céu estrelado. Percebi, então, o brilho dos encantadores astros muito maior.
“Ah! Numa dessas estrelas ele deve estar!”
Minha tristeza diminuiu, até esbocei um leve sorriso.
 
Ubaldo! Nas estrelas... Ele agora brilha lá.
 
Um abraço!
 
 
 
 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 19/07/2014
Reeditado em 19/07/2014
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