MORRE UM HOMEM LIVRE!
 
Verissimo foi um homem livre das amarras que nos prendem a vida! Não tinha apegou as coisas materiais, também não era lá dotado de genialidades ou intelecualismos. Verissimo ou Vera era o Ele dizia e se mostrava ser. Complexo socialmente e sexualmente parecia ser um cara turbinado, dessas máquina de ultima geração. A saber pelo rastro deixado em vida, dos amores e das paixões que deixava suspirando peetas, morenas e loiras que les caissem na teia. 
Morre Veríssimo Matos de Araújo, filho de Enoé Araújo e o imortal Dr. Lauro Joaquim de Araújo.  Morre o homem que como nenhum outro homem, soube como amar as mulheres... acaba de despedir-se desta vida, e a esta hora, segue um caminho todo Seu,quem sabe pra onde vai... nem ele!.
Há poucos dias tomei conhecimento de que o primo estava muito enfermo, óbvio que a noticia entristeceu-me, afinal, nos idos anos 70, ele FOI o referencial para um jovem de vinte e poucos anos, recém chegado a Capital da República e pouco tempo depois, estávamos  juntos na Republica da Alegria, na QE4 do Guará I. Ali frequentaram (Welson de Anterim , Djalma de Cinza, Reizinho  Guará, Fenelon Guerra, Verissimo, Bonifácio, Lazaro e outros intrepidos garanhões correntinenses, acoitados numa republica de rapazes solteiros, onde o que  não faltavam era festas, nos fins de semana, mas festas sem aglomerações, dois ou três casaia que se enclausuravam num dos quartos  e aí meu meu, era de fato meu bem. Verissimo era o unico que exigia tratamento vip, ou seja, a casa era dele. - Taí a chave do carro se viram, não voltem cedo! Isso era uma ordem, para os moradores fixos da Repulica da Alegria, ou seja Ele, Flamarion e Lázaro.

Alí pude presenciar um pouco da vida aventureira do garanhão Verissimo de Doutor Lauro.  Alguns o chamava de o galanteador, eu porém o via como um homem de espírito livre, de uma inteligência rara, que apesar da aparencia calma que o caractizava,  era impaciente e intolerante com as pessoas improdutivas.  

Recusei ir vê-lo em seu leito de morte, pois que sempre fica em minha memoria, a imagem sofrida de um SER, em seu momento final. Ate hoje não me passa a imagem do amigo, poeta, Bonifácio Fereira dos Santos (Cascodinau)  ligado aparelhos no hospital do cancer em Brasilia... mostou no olhoar ter me reconhecdo e fechou os olhos...  É melhor guardar a imagem alegre de uma amigo, suas peripecias, sua alegria, sua vida boemia, a ter que guardar seu semblante de dor...!

QUem não se lembra do irreverente e por vezes cortez boêmio,  VERISSIMO, na Academia do Nego Tota!?  Ali Tonho de Rafael foi eternizado, Jorge de Ozano, Napu e Valmir de Sonia e Olegário; que alí sempre estão presentes, além das fotos emuduradas, mas no bate-papo de todo dia derrepente vem o nome... a lembranças... os fatos que os caracterizaram. 

Mesmo que as portas da Academia se feche, as lembranças estarão estampadas nas portas, como cartazes de letras góticas  Alí se conhecia o avesso do verso dos autenticos apreciadores da endiabrada águardente, ou cerveja bem gelada... Alí todos se despiam de tudo e pagar a conta não era preocupaçao de quem bebia, pois no final, ou se pindurava a conta, ou alguém do outro lado gritava: - deixa que´u pago.

Ali no Bar do Nego Tota parecia um centro psicológico, ou uma central esportiva, cheia de comentaristas, ou mesmo um congresso politico, onde todos mostravam seus dotes de analista ou de analisados. Derramava-se todos os dramas, percausos, fadigas e embaraços. Era o Bar do Tota uma verdadeira faculdade, ao mesmo tempo em que se formava, estagiava e por merito, se elevava a condição de mestre.

No Bar de Tota não havia falsidades. Todos eram autentico. Estava na aurea visivel de cada um, quem era quem, com a certeza de que todos eram iguais. Dr. Marcelo era simplesmente Marcelão, como Dr. Pedro, Pedrão, Maurício o bancário, simplemente Moca, Claudionor, o magnfiico Reitor dos Reitores.. Do filosóficoo ao banal, tudo era igual.  Alguns reclamavam do insucesso da vida, outros se folgavam da vida, não pelos títulos, posses ou diplomas. No Bar do Tota todos ainda são iguais; titulos, posses ou diplomas ficam da porta prá fora.  

Quem por exemplo poderia dizer ter ouvido Veríssimo choramingar de alguma má sorte!?  Calado e contido, reservado nas questões pessoasis; ouvia por horas o que dizia um e outro, por vezes manifestando com a cabeça, positivamente ou negativamente, movendo as sobrencelhas e os olhos, em movimentos tipicos numa certeira intervençao sobre o assunto... e arrancava risos e aplausos com a celebre frase de Mario Quitana ... !Todos esses que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão e eu passarinho!  e se dava por concluida a questão. Era preciso que o papo desenvolvido tivesse o nível intelectual, ou contextualização capaz de chamar sua atenção, do contrário, permanecia calado, contido, apenas manifestando com o frangir da testa, fechando os olhos e sacutindo negativamente a cabeça.... o que fazia com que os interlocutores se calasse ou mudasse o assunto. 


No Bar do Tota se discutia o futuro do municipio, o uso da gramatica, o desastre da politica e suas personagens; no Bar do Tota de dava sentença e absolvição, dos atos e desacatos dos cidadãos. As pertes envolvidos se gladeavam em discussões que feriam os ouvidos, diante de uma gramatica maltratada ou inconsciencia politica, comum aos eleitores brasileiros.  e aí não suportanto o assassinato da gramatica diante de seus ouvidos. o velho Moca com seu sorriso cravado no rosto, pedia desculpa e metia seu bedelho dando uma demostração de seu impecável portugues gramatical.

Reclamar da vida e justificar fracassos era coisa cotidiana, mas ninguém testemunou uma reclamação que viesse dos labios de Veriíssimo Matos de Araújo; o homem parecia um binorna de ferro, insensivel as marretadas da vida. Rapo vê estampado em seu rosta a tristeza, por vezes o semplente pesado, pensativo. Chego a pensar que verissimo se chorou, foi no tempo de menino. 
Seu sucesso com as mulheres o fazia ser respeitado e quem soubesse o que dizia saber era por conclusão própria. Verissimo era um Dom Juan, tão popular como o personagem de Servilha, na Espalha, Verissimo o era em todo lugar em que fizersse notária sua presença, sem expressar formusura... nada tinha de beleza, mas não se nega seu porte elegante e se ar de gente fina.

Fosse qual fosse o momento dificil pelo qual tenha passava, foi exclusividade sua, sua vida, seus amores.  Quem sabe Pedrão? quem sabe Dr. Marcelo, soubessem de alguns secredo revalado por Ele? não creio, mas pode ser possivel.!.

Quem sabe diante de seu silencio e de seu comportamento reservado tivesse seus desabafos com o Divino? Quem sabe!... se sorria todos viam o filete de seu riso meio atravessado e o frangir da testa que lhe era carecteristico, ou o aceno de cabeça em  negação ou afirmação. Deve ter chorado seus prantos, pois não há nesta vida que não tenham razões para prantear, poidia ser uma frágil criatura, que aparenteva forte como uma arvore do cerrado, de fragil aparencia e raízes prorundas e casca grossa, para suportar as agruras da vida.  Mas uma coisa descobri em nossa convivência; os óculos esculos... descobri um segredo de que quando mantinha os olhos escuros no rosto, num ambiente fechado... Verissimo estava no seu ultimo nivel de disfarce. Não queria mostrar seu fosto fragilizado ou quem sabe os olhos, qa denunciar que chorou. 

Verissimo não suportava as pessoas improdutivas mas dava esmolava quem lhe pedisse esmola, era avesso a preguiça. Façam o que vocês quiserem fazer de suas vidas, mas sejam produtivos ou no mínimo inteligente para falar por si mesmos; não se deixem conduzir por coisas pequenas e mantenha sua existencia! não basta apenas sobreviver; custear sua vida;  bancar  seus vícios e arcar com as conseuencia de seus atos. Foi um rato momento num momento de almpço, que em outras palavras esle disse-me isso, emforma de conselho. .

Este era o pensamento que traduzia na integra, o espírito de Veríssimo,  que ainda cedo saiu da barra das calças do Dr. Lauro, para que não tivesse que prestar contas de seus atos e desatos. Foi morar em Salvador, na República de Tia Ada, Esbanjou a mesada como bem quiz, quando quiz viver as suas custas. A casa da Tia Ada era um paraiso de tolerâncias dos Matos, Rocha, Pinto, Crisostomos e Joaquim;  assim como a casa de Ubaldino Rocha em Goiânia, o Pronto Socorros dos Baianoa Correntinenses. Bastava ter a identidade de Correntina para se ter o atendimento preferencial na casa do vereador goiano Ubaldino Rocha e lá um dia chegou o frangote Verissimo. Em Goiania, executou alguns projetos, como o parque Butiramo, do qual fez parte do grupos responsável, mas fixou residencia em Brasilia, chegou a capital ainda nos anos 60, e com um sócio, criou a empresa de arquitetura de nome ESCALA ENGENHARIA E PROJETOS, enquanto estudava arquitetura na UnB, Não ficou claro a sua conclusão do curso, que por um tempo foi suspenso. Rachou em ganhar dinheiro e viver a vida de bom vivan;  Em Brasilia assina a obra do Novo Parque da Água Mineral, o mais conhecido, por ser de interesse público.

Nunca foi de compartilhar sua liberdade com ninguém; casamento nunca foi meta conclusiva, mas as mulheres sempre foi sua grande especialidade, feias ou bonitas, ricas ou pobres, inteloigentes ou burras, as mulheres são sempre iguais, quando o intento é a cama, a diferença está no homem que a ama. Amores incontáveis e pelo caminho, alguns prosperaram lhe gerando da semente, frutos saudáveis, como Rebeca, Olivia, Aron quem sabe quantos mais...Não negou paternidade as evidências reveladas. Sabia se cinoirtar en qualquer sttuação. Não sendo criterioso, quando o assunto era mulher carente. Dizia com propriedade: "- Comer mulher bonita é facil para qualquer homem, quero vê ser macho é com uma cara feia e bunda chulada, peito caido. Se o cara se levantar, é macho mesmo.  As feias eram as devorados de homem. do pé a cabeça, literalmente, hoje a falta de macho assanham as femeas famintas" 

Quando era hora de trabalho, Verissimo era profissional meticuloso e pontual, se desleixava no final dos dias, afinal, nenhum corpo humano fora projetado para 60, 70 e os bravos 80 anos de cigarro, sexo e cachaça, uma hora o catatau não tinha mais forças para se levantar e agir.  Nessa hora, soube procurar seu porto seguro, o abrigo de dos braços de uma mulher, de uma familia, onde enfim resumiu seus a vida. 

 Era uma criatura inofensiva, embora não fosse tão docil e amável. Mas um bom escoteiro sempre alerta, quando a questão era um par de coxas ou um sorriso colorido por um baton provocante. Vera  sabia como ninguém que uma boa aventura as vezes começa do nada; coisas do acaso!  Perder uma oportunidade era deixar perde-se num vazio e o que poderia bem ser uma grande aventura amorosa, perdia a oportunidade de ser. Vera tinha faro de cão perdigueiro, quem sabe de boi curraleiro, para de longe decifrar um coração carente de afeto.

Suas poucos palavras eram balas certeiras, vitais para corações carentes. Tinha dominio de situações embaraçosas e se fazia de presa domada, para a satisfação da caçadora. De qualquer forma, caça ou caçador, Vera sabia como atingir um peito solitário. Suas vitimas demonstravam prazer em serem dominadas; capturadas pela sua nobre arte de namorar.  Não abria mão de uma noitada de boemia.

Na Capital da Esperança, viveu realmente de rédeas livres;  a vida que pedia a Deus! 

seu carrão saia para as noitadas candangas, todo incrementado, sem hora de voltar. Cabelo impecavelmente bem aparado, até mesmo para facilitar a posição permanente de seu cabelo duro e meio sarará; praticidade, bastava passa a mão, tirar o excesso de água, jogar um linho sobre o esqueleto e pronto e saia pra guerra!  dizia ao sair - Estou indo! Não sei se serei a caça ou o caçador... dava um jogada pra cima com ombro direito e completava... Tanto faz!  Fui !

Em suas caçadas não se utilizavam de cavalos ou carroagem, não se vivia a ilusão pueril, do principe, a abobosa o sapo... Seu charme estava no olhar penetrante, no porte galã, embora se confessase não ser feio, mas extremamente gostoso. Era perigoso como drogra, que provando uma vez, se viciava... Oferecia luxo em seus carrões  Dodge Dart e Galaxi Landau 70, máquinas mortíferas, moteis ambulantes, abasteidos com adrenalina.Depois foi se esvaindo... opala, chevete... e a volta ao pó, Correnitna ! 
Além de sua competência arquitetônica, era perito como ninguém no requisito “mulheristico”. Elas o admiravam pelo espírito de vida, de liberdade, de discrição; as mulheres amam os homens discretos que jamais se gavam de seus feitos, do tipo "come calado". Há muitas delas que dizem que esses sabem o que fazem e como fazem o que sabem!.  Ele deu a si mesmo o direito e o privilegio de ser livre; amar sem propriedade, sem dominio, sem fronteiras; livre como o vento, para seguir a direção que o coração pediu.

O homem que amava as mulheres, loiras, morenas, ruivas, negras, grandes e pequenas... afinal todas são mulheres, não importa se trajam roupas finas, óculos de marca e maquiagens importada... Todas são mulheres, com cheiro importado, fresquinha ao sabonete, ou mesmo no cheiro natural. Verissimo contestava  plenamente do Poeta Vinicius, quando esse pediu perdão, para justificar que a beleza é fundamental. Para Verissimo ser mulher é era o essencial e eu, particularmente concordo com o primo Verissimo. 

Tinha visão e imaginação de raio x, via, além da roupa que cobria o corpo;  a fragilidade do coração e aurea da alma, de uma mulher ou os chifrezihos e tridente de uma diaba indomável. Percebia detalhes que só ele então era capaz de vê; por isso tinha tanto sucesso com o sexo oposto. Sabia valorizar o corpo sem se descuidar da alma;  sabia ouvir e a hora exata de falar ou agir.  

Vera soube curtir a maior obra do Criador deixou na face da terra:
- A MULHER.

Deixou  um rastro ilumnado de momentos inesquecíveis na vida de muitas mulheres apaixonadas e amigos fieis. Verissimo lembrava-me Biasol Costa um primo do meu Pai, de quem ouvi histórias de aventuras, domaior  ladrão de mulheres casadas, que Correntina já tive, até que um dia uma delas lhe armou a cilada fatal... .com a diferença gritante que Vera não tinha envolvimento descaradamente, com mulheres casadas, ou sabia muito bem, como evitar os erros de Biasol.  

Fazia-se presente e percebido no ambiente quando tudo lhe ia bem, quando ao contrário,  ouvia as discussões diversas, fosse de política, ecologia ou mulheres e só mesmo uma descalabra opinião o pederia tirar do seu momento intimo.

Não foi justo com os Araújo, e se esnobava por ser filho do primeiro casamento do Major Felix Joaquim de Araújo e ter a força do sobrenome Joaquim,  dado aos filhos do   1o casamento. Os filhos do 2o. casamento assinavam por Araújo Neiva, e a esses ela chamava de Araújos paraguaio, mas a história é meio diferente do que pensava... coisas de familia. O importante é que ninguém levou isso a sério e foi justamente os paraguaios Araujo, quem o assistira nos momentos finais, em tudo que se fez necessário. sem magos ou ressentimentos em nenhum de nós.

O jovem amável, o  aristocrático, o moço cortez, o fodão, como o intitulara Pedro César, era   respeitado e acatado.
Quando sentira que Brasilia não lhe dava o espaço nem status a que se acostumou. Novas tecnologias, novos e audaciosos profissios de arquitetura, Verissimo optou voltar para Correntina, onde passou a prestar serviços à Prefeitura e a particulares.

Verissimo vivia com a certeza de que dá vida nada se leva; tudo fica, só o espirito segue seu rumo, incerto. Por esta razão Ele não deixava nada para depois, era um dos que pensavam que  é preferivel chorar a saudade do que foi, do que o arrependimento de não ter sido ou vivido.

A Academia se silenciar como uma floresta encantada  ao ouvir o uirapuru; assim era quando Verissimo levantava sua voz num raro momento, para intervir como mediador numa calorosa discussão. Era ele o passarinho, que nunca ousou ser cantor, mas que jamais negou o seu aplauso ao talento justo e merecido.

Ele agora descança enquanto deixa a saudade nos corações dos que ficam. lembranças... saudades do morto!.

 Amou as pessoas na sua forma as vezes calada de amar, mas as amou como elas são, e como ele mesmo foi: Uma pessoa simples, sem rodeios, sem que nós outros tentassemos desvendar o labirinto de seus mistérios, nos contetavamos apenas com Ele, em sua forma externa de ser, pelo que era e se fazia ser.

Não que não tivesse lá  seus  delises, não era um homem perfeito, afinal quem é perfeito? Jesus! é verdade, Jesus! e mesmo assim morreu pregado numa cruz pelos que o admiravam. Acabou morto, crucificado pelos que  Ele tanto amou!  

Todos nós seremos crucificados um dia; todos nós somos sacrificados, uns todos os dias, outros de quando em vez, mas somos postos na cadeira do réu, enquanto a sociedade hipocrita nos julga e nos condena.  Felizes são aqueles que os homens crucificam, sem conhecer o seus pecados. Alguns buscam lembranças doces, afáveis, outros buscar momentos amargos, crueis, quando a pobre criatura já não está entre nós, apenas um corpo frio jaz na sala ou capela, esperando o ultimo ato físico que nos liga a criatura que parte. Ao sepultar o corpo o desconectamos completamente do mundo fisico, o transformando numa criatura virtual .  

Alguém a esta hora deve estar crucificando o morto, a mim  ou a  você. De que lado da cruz você se coloca? A esquerda ou a Direita? Pois ao centro somente um, se faz eterno de ser o Cordeiro de Deus. - O Cristo.

Viver é algo intrinseco, próprio. Quanto mais corpartilhada a vida, mais nela se gera decepções, tropeços. Felizes os que de tropeço em tropeço acabam reconhecendo suas fraquezas, a tempo de conquistar a eternidade. 

Vera foi um homem sincero, integro, honesto, viveu sem trapaças e sem máscaras. Foi um livro aberto de algumas páginas proibidas a menores de 30. Muitos por certo tiraram proveito das poucas experiências que Ele compartilhou eu feito eu, que de tanto observa-lo, tirem minhas conclusões e escrevi o meu viver, nem tanto, nem pouco, mas com meus momentos verissisimos.  

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, 
a sutil diferença
entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar
não significa apoiar-se, 
e que companhia nem sempre significa
segurança ou proximidade. 


Descobre
que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito cedo,
ou muito depressa.
Por isso,
sempre devemos deixar as pessoas
que verdadeiramente amamos
com palavras brandas, amorosas,
pois cada instante que passa carrega a possibilidade
de ser a última vez que as veremos;
 
       
                                                 
Willian Shakespeare
Veríssimo teve fases de sua vida que, particularmente pra mim, lembra varios personagens da literatura, como Dom Quixote, o caveleiro andante em busca de um amor imaginário,  sua  Dulcinéia, e as virtuais batalhas travadas pelo caminho; os moinhos de vento, monstros, alucinações... até que chega um momento em que tanto faz a vida como a morte,.

   Aí, ví nele   o  velho Quincas  Berro d´Água, cuja primeira morte ocorre quando o cidadão venerável deixa sua vida pacata para se doar a vida de boêmia. Dependência ou liberdade, não importa a tradução, mas o estado de espirito de quem fez pela vida sua própria opção. O homem tornou-se dono de si mesmo e de todas suas vontades. 

Veríssimo tinha em sua´lma a liberdade de um passarinho que cantava embalando seus sonhos... outra semelhança que via no primo, associa-se ao personagem de Dona Flor e seus dois maridos, onde o Vadinho não se dava a compartilhar a mesma mulher, mas se dar as mulheres de seu harem.  Vadinho, o amante imortal.  Veras e suas amadas amantes;  o conquistador e suas conquistadas criaturas. Um  explorador de corações solitarios, carentes, que no momento propicio, surgia como o homem certo para a hora certa.   

Se alguém tinha que se apaixonar, que fosse elas!. Seu coração havia de sempre estar livre. Se teve seus erros, não sei, não  ví, não me apego aos erros das pessoas senão para evita-los em minh vida,  porém não me daria, como nunca me dei,  à  danada da destilada que certamente  abreviou sua vida!  Foi por certo seus moinhos de vento, monstros com o qual sempre lutou e acabou vencido.   
 
Na década de 2000 com o disputado mercado da engenharia, tomado pela tecnologia e os milhares de profissionais disputando a concorrencia, invadinso seu espaço, Veríssimo voltou para Correntina, onde finalmente consolidou uma família, embora tendo deixando no Planalto Central, uma raro flor de nome Rebeca,  em Correntina nasceram Maria Oolivia, Aron e de Rebeca, veio os primieiros netos.   
 
Trabalhou em diversos projetos para a Prefeitura Municipal, inúmeras plantas de casa modestas e sofisticadas para particulares e assim levou a vida, com o suor do seu trabalho. Como ninguém é de ferro, Veríssimo tinha mesa e cadeira cativa, na Barr do Tota; geralmente sentado de costas para parede, de forma que poodia vê quem passava pela rua. Entre umas e outras geladas uma pinga para arremate e pela  via,  a vida a passar, as pessoas apresadas outras lentas como se caminhassem rumo ao nada... de um lado para o outro, a rotina as vezes fadonha de uma pequena cidade do interior.  
 
Hoje o passarinho bateu asas, fragmentou as lembranças em pedaços indestrutíveis que se transformam em saudade, enquanto nós outros, presos as mesmices, assistimos as ultimas homenagens ao boêmio que não cantava, nem tocava nada, mas era figura presente, indispensável para uma noitada de nostalgias. O passarinho se foi e nós ficamos sentido o ninho uma ausencia de seu silencio, de seu frnagir de testas e seu olhos fechando em prostesto ou conconrdancia...   

Agente nasce, cresce, vive, sonha e um dia, sem mais ou menos, agente morre! Que triste ciclo esta nossa vida!! Como disse  o outro Seu poeta de sua lista predileta; “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”, Deixe que os outros se empurrem, se atraquem, se gladeiem. Nem os loucos atreveriam dizer que Veríssimo não teve uma alma generosa e gigante. Nunca se viu, ouviu, ou tenha se dito algo que desabonasse sua conduta cidadã, talvez queixas de amores passados, mas atrevo dizer que foi um sem desafetos, um pessoa de paz.

Viveu intensamente enquanto pode assim viver;  óbvio que passou dos limites e esta foi a causa mortis.  O homem tem o direito de viver sua vida como bem entender, desde que viva sua vida se mantendo com o suor do seu trabalho. A satisfação devemos a a Deus,  aos outros nada a explicar por não lhes dizer respeito a vida que um homem ou uma mulher, adotam por viver. ,

 Nada, que se tenha notícia, desabona sua memoria profissional, cidadã, de filho ou de pai, até mesmo de boemio ou galanteador.!

Correntina e seus amantes da noite, amantes da cana, amantes da liberdade de ser e pertencer a si mesmo perdem um grande aliado.. O grande Rochinha, Vani de Austrogildo, Queno e Felix, filhos do Major Felix, Vadó, Edi de Dona Beta, Zim Panquinha e seu pandeiro clássico, moecanos de velhos e saudosos tempos, ganharam um companheiro para as serestas celestes, enquanto  Vando de Cinza,  Pedrão, Vavá, Katiguria, Tonho de Rafael e Claudionor Rocha, cantam
Adeus, adeus, adeus
Adeus
Adeus, adeus, adeus
Cinco letras que choram
Num soluço de dor
Adeus, adeus, adeus
É como o fim de uma estrada
Cortando a encruzilhada
Ponto final de um romance de amor

Quem parte tem os olhos rasos d'água
Ao sentir a grande mágoa
Por se despedir de alguém
Quem fica, também fica chorando
Com o coração penando
Querendo partir também
Adeus, adeus, adeus
Adeus, adeus, adeus

Um homem inteligente nas paqueras, não era de perder tempo nessas questões nem se destacava como um falante galanteador, porém era prático e direto em suas conquistas. “Se é prá ser, é prá agora!  Depois, nada pode ser como agora. Se não é prá ser, nem se dê ao trabalho de deixar recado, a janela do tempo fechou!. .

Certamente em seu silêncio e nas tantas horas passadas numa mesa de bar, solitário, pensativo, não tenha refletido sua espiritualidade com o próprio Deus? Um cidadão de vida pacata, reservada e somente Ele e Deus, sabem de fato dos seus dramas e traumas. Carregou consigo suas decepções, suas dores e suas mágoas.

Para Deus um segundo é tempo suficiente para salvar uma vida, redimir-se de tudo que foi, diante de um Deus extremo em misericordia e perdão,   quem sabe do momento da morte é quem já morreu! Quantos ainda não compreenderam "que é do outro lado, do lado de lá do lado, que é lado lado de cá". (C.Veloso). A vida não pode ser um embaranho de suposições, mas quem sabe se no instante de  partida de alguém,  não tenha Ele uma oportunidade de confessar a Deus e num suspiro: - Meu Deus! não seja  resumida toda sua vida, num supiro que clama ao Criador: - Pai! perdão!.  - Amém filho!

Certamente aí está o grande mistério que abre sobre sua cabeça o véu que lhe descobre o céu.  Amém primo Verissimo! que os anjos o leve a sua nova morada!
...
Vai em paz VERA, você foi o ultimo descendente direto do velho Dr. Lauro e Dona Enoé, irmão da belíssima Noélia, a eterna miss primavera correntinense. Vocês deixaram rastros nesta vida que não se apagará por mais um século. Herdeiros da honra, da ética, do brio desta família que honrou e foi honrada em tudo que viveu.

Aos herdeiros, Gregório, Rebeca, Ariel, aos netos e bisnetos do grande Dr. Lauro, nosso pesar e nossa força, choramos juntos esta ausência que com o tempo, se ameniza, mas não se esquece, pois quem amamos, morre para o mundo, mas nasce em nós, a cada lembrança. .

Saudade é aquilo o pensamento trás do fundo do coração em forma de lembranças, a fazer reviver alegrias de ter vivido, com alguém amada, e uma vontade irresistível de querer viver tudo outra vez. Isso é saudade. Querer estar com alguém com quem nunca mais estaremos.

Vai em paz primo, um dia também iremos, é caminho de todos nós, voltar ao pó o que era matéria e devolver ao Pai, o que continuará como Espirito.