O CANDEEIRO DA VOVÓ.

O CANDEEIRO DA VOVÓ.

Chagaspires

Era de porcelana com manga de vidro; tinha desenhos na parte de baixo o que emprestava a peça um ar de coisa nobre.

A vovó tinha um amor especial pelo candeeiro chinês.

Todas as noites ela o acendia e sua luz amarelada enchia de vida o aposento.

Aquele candeeiro viu o passar do tempo.

Anos vividos guardados no baú das ilusões.

Já de cabelos branquinhos e de estatura franzina, tinha passado pela vida laboriosa sem enxergar a curva dos anos.

Sentia a falta do vovô que DEUS levou alguns anos atrás.

Aquele candeeiro presenciou cenas de uma vida que jaz adormecida pelo pó do caminho.

Muito chorou a pobre criatura quando lá um dia, com as mãos tremulas, deixou cair aquela preciosidade.

O candeeiro se esfacelou, e foi como se tivesse partido seu coração.

O tempo passou e a vovó também se foi para DEUS.

Nunca mais aquele quarto foi o mesmo.

Hoje me resta somente à saudade da vovó, e de seu candeeiro.

Nota do autor: Dedico este texto ao primo Bianor Monteiro, poeta, músico, amigo e quase um pai; que com certeza se encontra junto à vovó no outro lado da vida. O Título “ O CANDEEIRO DA VOVÓ”, foi tema de um de seus poemas.

Chagaspires
Enviado por Chagaspires em 16/09/2014
Reeditado em 16/09/2014
Código do texto: T4963961
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