A POESIA PERNAMBUCANA DE DAVINO RIBEIRO DE SENA

O POEMA...

PERTO DO SONO

Estelar, movia-se no tempo

até ficar com o lado esquerdo

do rosto sobre o travesseiro.

O corpo vaga no deleite

de um cometa que atravessa

a fronteira da Via Láctea.

O astro se converte em carne

como uma pintura a óleo, tarde

demais para o sono que não

veio, soprando de antemão

sobre o corpo alheio, vizinho

na ondulada galáxia do lençol.

Então o sono chegou, fresco

como o vento, a levar para longe

a poeira estelar do pensamento.

...E O POETA

Davino Ribeiro de Sena, Pernambucano de Recife, poeta e filósofo, no convés da fragata desde 1957 é um dos excelentes poetas nordestinos da atualidade. Sua poesia já foi comparada a de Augusto dos Anjos e a de João Cabral de Melo Neto, adotando deste algum vocabulário e procedimento técnico. O lirismo, no texto poético de Davino, é um elemento sempre presente. O poeta camba, até certo ponto, para a poesia social, o memorialismo e o poema narrativo. Davino também é diplomata; atualmente é encarregado de assuntos culturais no consulado do Brasil em Nova York.

Enzo Carlo Barrocco e DAVINO RIBEIRO DE SENA
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 06/10/2014
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