Caio pai

Hoje, por conta de algo, uma saudade silente veio habitar-me o peito. Então resolvi lembrar, desde os meus 16 anos, quando o conheci. Provavelmente um dos seres mais fantásticos com quem tive o privilegiado prazer de conviver.

Pastor Caio Pai, assim o chamávamos. E pai ele sabia ser, não só de seus filhos mas também de uma multidão de jovens que jamais duvidavam de seu amor e cuidado. Caio Fábio Filho já escreveu, com muita propriedade, sobre a sua vida em muitos de seus livros. E aqui eu quero apenas lembrar do seu amor por mim. É egoísmo, eu sei, mas lembrar de um amor assim é muito, muito reconfortante. Era um amor afirmado e reafirmado. Eu o sentia, longe ou perto. Sabia do sorriso sempre lá, das palavras certeiras e sábias, dos olhos que me viam mesmo quando já enxergavam pouco.

- Filhinha, não acredite nos homens, eles dirão qualquer coisa pra conseguir o que desejam.

Essa frase me livrou de tantos lobos disfarçados de cordeiros, até os lobos que amei não conseguiram enganar-me. Eu sabia quem eram. Pois também aprendi minha própria imperfeição e que o próximo e o meu inimigo deve ser amado como amo a mim mesma. Fácil? nem um pouco, mas nós o víamos ser assim na prática do dia a dia e assim sabíamos que poderíamos tentar também.

Alguns seres parecem mesmo que esse mundo não é digno deles e me alegra o coração perceber que já conheci alguns deles.