2040 – A morte de um sonho*
O Corcovado: Cristo Redentor.
O Pão de açúcar: beleza natural.
As maravilhosas praias: encantos do Rio de Janeiro.
Não podem esconder as mazelas que assolam a cidade: campo de guerra.
Podia ser mais um dia comum no Alemão,
porem, um acontecimento marcaria para sempre a vida de todos.
Alegre por sua irmã estar por chegar, Dudu correu a porta, sentou-se nos degraus
e enquanto esperava mexia em seu celular.
O pequeno Dudu nem viu o que acontecia a sua volta.
Alguns segundos se passam e estrondo quebra o silencio.
Um corpo cai sem vida no chão, manchando-o de sangue.
Um menino: inocência.
Um celular: distração.
Um soldado: insanidade.
Uma arma: um tiro de fuzil.
No chão frio: A morte de um sonho.
Dudu não voltara para a escola.
Não contara mais historias e nem vai terminar a que começou.
Sua alegria contagiante não trará conforto aos seus colegas.
Sua professora não verá mais o seu sorriso.
O lugar que ocupava na sala está vazio.
O ano de 2040 não chegara para ele.
O seu sonho não vai se realizar.
O futuro bombeiro não vai poder salvar vidas,
sua infância foi prematuramente interrompida por quem deveria protegê-la.
Uma mãe: um coração em pedaços.
Uma lágrima: uma dor imensurável.
Uma presença: agora ausência eterna.
Um sonho: morto cruelmente.
Só nos restam as homenagens.
Só nos resta às recordações de tudo o que Dudu foi nesse tempo de vida.
Só nos restam as esperanças de que toda lágrima secara e que a justiça será feita.
Eduardo de Jesus Ferreira é agora: Eduardo com Jesus ao lado.
Descanse em paz.
*Em homenagem à Eduardo de Jesus Ferreira de 10 anos, morto no Rio de Janeiro no dia 02 de abril de 2015 durante Operação da Polícia Militar no Complexo do Alemão.