PARA OS OUTROS SEMPRE

Nem sempre serei para mim o melhor conselho

quantas bastas vezes sou algo de sozinho

não me encontrando sei que me olho no espelho

mas que razão me assiste se nem sei se há caminho?

Mas é aí que me estudo no discreto desenho

entre o vidro oblíquo e o que me está mais vizinho.

Porque por essa altura vai-se todo o desdenho

e eis quando me fica o que almejei: o secreto amigo.

E é para ele daí em diante eis todo o meu esforço

quando me procura expõe-me seus medos e o obscuro

e é então que lhe digo: é preciso saltar o muro!

Ir daqui para o outro lado, onde está o conforto

que diga-se é lá que está o novo mundo

que fará do inseguro ir buscar a si o mais profundo.

Jorge Humberto

31/05/15

“Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia”.

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 02/06/2015
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