Ode à mulher negra

Todas as vezes que vejo

Teus cabelos cacheados,

Sinto a força das raízes

De muitos tempos passados

Que atualmente se cruzam

No bojo de mil pecados.

Os teus olhos destacados

Têm brilhos super perfeitos.

Teus belos lábios carnudos

E o leite dos teus peitos

São seivas nutrindo a força

Que dirime os preconceitos.

Tua beleza nos eitos

Não é na carne somente,

Mas habita o teu espírito,

Teu coração, tua mente,

Pois sabes que és peça-chave

Para um mundo diferente.

Tu és potência excelente!

És o que o poder não quer!

Tu és o ventre que pare,

És o que der e vier...

Assumes a negritude!

És negra, és fibra, és mulher!