Agachada e com as mãos em seus joelhos eu disse:
- O senhor está melhor?
Sentado na cama, com a voz trêmula, no auge de seus 93 anos, respondeu:
- Nem um pouco, tossindo muito... não tem jeito...
- Precisamos internar o senhor, eu disse. Vai ser melhor. Em casa, apesar de todos esses aparatos e dessa ‘cambada’ de médico na família, não podemos fazer muito.
Com uma tristeza desoladora no olhar, que jamais vou esquecer, ele disse, pausadamente:
- Não quero, Suzana... não quero... se eu for para aquele hospital... sei que não volto.
Dizendo isso, desviou seu olhar do meu.
Mais tarde o convencemos a se internar. Era o melhor a se fazer. Foi sem dizer uma única palavra. Nunca mais voltou.
Um ano sem você, pai! Como dói!
https://www.youtube.com/watch?v=_9uqxRZkPgc