Em Memória de José Roberto Drummond Baptista

Perdão por ter me atrasado em vir ver você...

Perdão por ter ficado emudecida...

Paralisada diante da tua dor...

Perdoa por ter transbordado de tanta tristeza em não poder segurar tua mão...

Comungar teu mundo no meu num abraço que jamais seria de despedida, mas de alento para tua alma... Para você sentir que não estava sozinho naquele momento que mesmo distante fisicamente te abraçava no primeiro e no ultimo pensamento do meu dia...

E quando eu chegar vou imaginar bater na tua porta te chamar para brincar ouvir teu riso gostoso fitar teus olhos que tudo diziam sem necessidades de palavras...

Ver você correndo ouvindo suas indagações sobre a vida...

E ficarei de olhos fechados sentindo tua presença...

Perdão por não ter visto você se transformar nesse rapaz nobre de sentimentos palavras, atitudes, ousadia, coragem para fazer em vida o que te trazia felicidade e levasse alegria e arrancasse sorrisos de quem teve o privilegio e a honra em chama- lo de amigo e te-lo como filho...

Então enquanto não volto vou guardar tua lembrança na dança das nuvens não haverá uma única vez que eu fique a contemplar as infinitas coreografias entre elas e o balé do mar e não eternize o cosmo em poesia.

Rossana Monteiro