Pai nosso de cada dia

Pai...

O que dizer dele?

Será que ainda falta algo?

Pai, amor, dedicação, trabalho, luta, conquista, suor, sorriso, lágrima, sangue, tudo se confunde quando tentamos descrever essa figura essencial.

Muitas vezes, temos o pai tão perto fisicamente e, no entanto, o perdemos de vista, não dedicamos nem um pouco do nosso tempo a ele, preferimos não o entender a admitir nossos erros, o deixamos escapar.

Outras vezes, apesar dele viver distante, sentimos uma presença tão forte, um elo tão intenso, que parece estar ali, do nosso lado, com aquele cheio de camisa molhada de suor depois de um dia de trabalho, ou com o perfume da loção pós-barba quando acaba de sair do banheiro sorrindo pra gente.

O importante é manter vivo o amor nas pessoas importantes para nossa existência. E o pai é uma delas. Dentro da nossa casa, na cidade vizinha, no quarteirão ao lado, em outro estado, noutro país e até mesmo em outra dimensão, já num processo de evolução bem mais avançado que esse em que vivemos, a figura paterna mecere ser lembrada sempre como um motivo de existência, de fé, de amizade, de carinho, de compreensão, de renúncia. O bacana é manter sempre o pai em nosso coração, ali, vivo, como uma chama que jamais se apagará.

Pai é personagem de histórias variadas, de enredos que prendem a atenção. Pai é sempre protagonista, nunca coadjuvante. Pai pode ser bandido, mocinho, feio, bonito, rico, pobre, doutor, analfabeto, trabalhador, vagabundo, mas é sempre pai.

Como seria bom que todos os dias os pais fossem lembrados pelo filhos. E que essas lembranças viessem sempre repletas de saudades, gargalhadas, abraços, carinho, reconhecimento. Como seria bom que ao invés do presente ser entregue embrulhado em papel, com um laço e um cartão, fosse transmitido num olhar, num abraço, num toque, num aperto de mão, numa palavra, num telefonema, num momento em que o sentimento falasse mais alto que a necessidade de suprir uma carência apenas material. O que é bom, de verdade, não está à venda em prateleira, não cabe num simples embrulho.

Pai é igual a mim e a você. Pai não tem obrigação de acertar sempre e de estar 24 horas por dia pronto para realizar nossos desejos, muitas vezes tão pequenos, tão mesquinhos, não é verdade? Pai é ser humano. Ser que erra, que chora, que sangra, que padece, que se humilha, que adoece, que sente fome, que precisa de emprego, de atenção. Tantas vezes, o que mais um pai precisa do filho é vê-lo, ouvi-lo, saber se está bem. E tantas vezes nos damos conta que nem lembramos de fazer isso!

Pai... Pequena palavra que comporta razões, emoções. Pai que aconselha, que acolhe, direciona, ensina, escuta, discute, corrige, adverte, puxa o orelha, faz tudo para que a vida não nos pareça tão cheia de surpresas.

Pai, fonte de sabedoria incessante. Jovem, cheio de vigor físico, ou com o corpo já marcado pelos anos, muitas vezes amparado numa bengala, esse homem merece diariamente ser feliz.

Que Deus abençoe o meu, o seu, todos os pais!

João Ricardo Correia
Enviado por João Ricardo Correia em 10/08/2007
Código do texto: T601662
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