O Papa esquecido


O Cardeal Albino Luciano, então Patriarca de Veneza, foi eleito papa em 26 de agosto de 1978 sucedendo Paulo VI. Então com 65 anos (nascido em 17 de dezembro de 1912 em Canale D'Acordo) Luciano, primeiro pontífice a adotar nome composto, não chegaria a completar aniversário no papado: faleceu inesperadamente em 28 de setembro de 1978, com apenas 33 dias de pontificado.
Ao que parece, João Paulo I não deixou documentos. Não teve tempo para produzir encíclicas e outros típicos documentos papais. Era um homem simples, humilde, cuja simpatia a todos conquistou num instante. Por graça de Deus foi sucedido por João Paulo II, o polonês Karol Wojtyla, que realizou um pontificado incrivelmente fecundo.
Entretanto, há um livro pelo menos deixado por este papa amável e sorridente do qual mesmo na internet há escassez de informações. O livro em questão, "Ilustríssimos Senhores", foi publicado originalmente quando Luciano ainda era cardeal. Refere-se o título a mensagens dirigidas a diversas personalidades. A obra foi publicada no Brasil pelas Edições Loyola.
O Cardeal Albino Luciano, Papa João Paulo I, em sua curta passagem no Vaticano deixou sua marca, abolindo a cadeira gestatória no qual os papas eram transportados; aos poucos, de papa em papa, os pontífices foram se tornando mais próximos do povo. João Paulo I, ao que consta, de tão humilde tomou um susto ao se ver eleito no conclave, e teria dito aos demais: "O que vocês fizeram? Deus os perdoe!"
Não deixemos de relembrar esta figura generosa e virtuosa só porque seu pontificado foi rápido, já que ele se tornou sacerdote em 1935 e serviu à Igreja de Cristo por 43 anos.
Rio de Janeiro, 7 de julho de 2017.