Raul Seixas: início, meio, e fim. Eternizou

Raul Seixas: O pai do Rock brasileiro.

Em 21/08/1989, o rock nacional perdia seu pai, foi a data em que a Dama de Cetim vestida de Preto desceu da charrete do universo para buscar seu verdadeiro condutor, Raul Seixas nos deixou. Para se tornar uma estrela no universo infinito, como um verdadeiro Carpinteiro do universo.

Em um documentário produzido por Walter Carvalho, exibido em 2012, chamado: “Raul: o início, o fim e o meio”, conta que 'Raul morreu de amor', como ele mesmo disse em uma de suas canções, que "ninguém é feliz tendo amado uma vez."

“O Raul morreu por amor. De uma paixão pela Edith. Ele 'marcou uma touca' lá no início e achou que poderia resolver quando quisesse. E nunca mais ele conseguiu chegar perto. Ela foi embora com a filha (Simone) e ele nunca mais a viu”, conta o diretor de “Janela de alma” (2001) e “Cazuza – O tempo não para” (2004).

Raul Seixas teve muitas mulheres, ele contou em uma canção do seu último disco "PANELA DO DIABO" ele diz: "muitas mulheres eu amei e com tantas eu me casei, mas agora é Raul Seixas quem Raul vai ter de encarar." A primeira delas foi Edith, filha de um pastor protestante norte-americano é considerada por amigos e familiares do artista o grande amor de sua vida, para alguns, a causa da entrega ao alcoolismo, vício que ajudou a matá-lo precocemente, aos 44 anos de idade, vítima de uma parada cardio-respiratória devido a uma pancreatite crônica e em consequência do Diabetes, em 1989.

No documentário, Edith se recusou a fazer parte, a filha Simone aparece falando em inglês, diz: que não sente nada pelo pai e que não o conheceu. Forte, isso.

Ele teve outras quatro mulheres marcantes, todas presentes no documentário: Gloria Vaquer (irmã de Jay Vaquer), Tania Menna Barreto, Kika Seixas e, por fim, Lena Coutinho, de quem se separou um ano antes de morrer. Teve ainda três filhas mulheres: Simone; Scarlet, que também foi morar nos EUA com a mãe, Gloria; e Vânia, fruto do casamento com Kika, a única que mora no Brasil.

Com tantas mulheres que fizeram parte de sua vida, é impossível não se perguntar: Raul era mulherengo?

“Só quando estava no final da relação”, diz o amigo Sylvio Passos - que era quase um irmão para Raul, “Ou então, quando estava bêbado, doidão. Aí o que caía na rede era peixe”, completou.

Sylvio deu um depoimento a TV globo, em 2012, onde ele comentou sobre a paixão eterna do cantor. “Fiquei nove anos convivendo com o Raul e ouvindo ele falar da Edith. Ele tinha uns rolinhos de Super 8 em que apareciam Edith e Simone, e chorava feito criança toda vez que assistia”, lembra.

"Quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo..." - Raul Seixas - "Medo da Chuva."

Raul era um grande crítico do sistema, um sujeito com uma visão ímpar, ele estava 10 mil anos a nossa frente. Uma mente sagaz e visionário. Ele viveu na época da ditadura militar, teve músicas censuradas, e quando gravou "GITÂ" foi-se embora pedir exílio nos EUA, a canção foi um sucesso total no Brasil de norte a sul. E logo um agente foi e bateu a porta da casa de Raul nos States, disse: "Vamos, Raul... O povo lá não pára de pedir pra você voltar para o Brasil."

Sobre um fã em especial de Raul (essa história não está no documentário), disse, anos depois: "cara, eu não detestava o Raul Seixas, eu odiava ele... nasci em berço de família evangélica, e sempre via ele como um cachaceiro sem vergonha - um bebum, só teve uma vez que eu passei por um momento muito difícil da minha vida, foi terrível, num certo dia eu passava perto daquele Bar ali, e sabe o que estava tocando? Raul Seixas... Mas eu parei para ouvir a canção, era: 'TENTE OUTRA VEZ', cara, aquilo foi profundo demais, eu chega chorei. Quando a música fala... 'Não diga que a vitória estar perdida, tem fé em Deus, tenha fé na vida, tente outra vez!!! Basta ser sincero e desejar profundo, que você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez!!!' Daquele momento em diante minha vida começou a mudar, bem como a minha visão sobre o Raul Seixas, e hoje eu agradeço ao Raul pela força e incentivo."

“Hoje em dia a grande maioria dos que surgem são artistas fabricados. Na época do Raul, que é a época do Caetano, do Gil, do Chico, do Geraldo Vandré, era ao contrário. A prova disso é que hoje muitos não duram tanto. Ele era um artista irreverente, um compositor, um artista de palco, um tipo de artista que não acontece mais”, define Walter Carvalho.

Fabinho Oliveira
Enviado por Fabinho Oliveira em 21/08/2017
Reeditado em 24/08/2017
Código do texto: T6091049
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