Lembrando Carlos Drummond de Andrade.

Na data de 17 de agosto de 2007 está sendo lembrado o 20º aniversário de falecimento do magnífico escritor Carlos Drummond de Andrade.

Um pouco antes de sua morte, ainda em 1987, Drummond teve seu nome consagrado pela Escola de Samba Estação 1ª da Mangueira que o homenageou com o samba enredo “No Reino das palavras”.

Na condição de admirador desse grande representante da literatura brasileira, transcrevo abaixo, como homenagem póstuma, o poema de sua autoria denominado “Mãos Dadas”.

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.

Diante da importância da obra deixada por Drummond, o Brasil inteiro vem reverenciando a memória desse grande poeta, razão pela qual não poderia omitir-me em tão relevante fato, condição que justifica o meu reconhecimento.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 17/08/2007
Reeditado em 17/08/2007
Código do texto: T611484