CROÁCIA OU ANTIGA IUGUSLÁVIA???

A Croácia Moderna (1990/91)

Em 1990, realizaram-se as primeiras eleições livres, vencidas por um movimento popular chamado União Democrática Croata (HDZ), chefiado por Franjo Tuman (general do movimento croata antifascista durante a Segunda Guerra). O objetivo do HDZ era obter uma maior grau de independência para a Croácia, a que se opunham os sérvios étnicos na república e o governo central de Belgrado. A polarização política contribuiu para afastar ainda mais os dois grupos étnicos e terminou em violência.

Em meados de 1990, os sérvios das áreas de montanha, onde constituíam uma relativa maioria, rebelaram-se e formaram uma Região Autônoma da Krajina Sérvia (mais tarde, República da Krajina Sérvia), não-reconhecida. A reação da polícia croata foi barrada pelo Exército Federal Iugoslavo (JNA), controlado pelos sérvios. O auge do conflito foi a chamada "revolução das toras": os sérvios da Krajina bloquearam as estradas para os balneários turísticos na Dalmácia e começaram um processo de limpeza étnica da população não-sérvia.

Com a declaração de independência da Croácia em 1991, o JNA passou a apoiar ostensivamente as milícias sérvias dentro da Croácia. Muitas cidades croatas, como Vukovar e Dubrovnik, foram atacadas pelas forças sérvias. O Parlamento croata cortou todos os laços restantes com a Iugoslávia em outubro de 1991.

A população civil fugiu em massa das áreas de conflito armado: milhares de croatas mudaram-se da área de fronteira com a Sérvia e a Bósnia, enquanto que milhares de sérvios ocuparam a região. Em vários lugares, os militares obrigaram os civis a sair, num ato de limpeza étnica.

A cidade fronteiriça de Vukovar sofreu um cerco de três meses - a batalha de Vukovar -, durante o qual quase todos os edifícios foram destruídos e a maioria da população viu-se forçada a fugir. Os sérvios tomaram-na em novembro de 1991.

Chocada com as atrocidades cometidas pelos sérvios, a comunidade internacional começou a reconhecer a independência da Croácia. Em janeiro de 1992, a maior parte do mundo reconhecia o país. Com as ordens de cessar-fogo das Nações Unidas, os dois lados entrincheiraram-se. O JNA recuou para a Bósnia e Herzegovina, onde a guerra ainda iria começar. Ao longo e 1992 e 1993, a Croácia recebeu 700.000 refugiados da Bósnia, em geral muçulmanos.

Após uma fase de conflito em menor escala na Croácia, as forças armadas croatas lançaram em agosto de 1995 a Operação Tempestade e liberaram com rapidez a maior parte da chamada Krajina, o que causou um êxodo maciço da população sérvia. Alguns meses depois, a guerra terminou com o Acordo de Dayton.

Após a morte do Presidente Tuman em 1999, o país passou por várias reformas liberalizantes a partir de 2000, com uma recuperação econômica e a cura de feridas de guerra. O país tornou-se membro de diversas organizações internacionais e regionais importantes e aderiu à União Europeia em 1 de julho de 2013.