O DOM DE SER MÃE
O DOM DE SER MÃE
Mãe, jã não sou aquela menina,
traquina, sem desatino, de quando
me pus a praticar os meus primeiros passos,
tão segura de si, ao lado de ti que me protegia,
da brisa do mar, do sereno que caia,
que me amamentava, acalentava,
que me mimava quando eu chorava
até que eu adormecia,
no doce balanço dos braços teus.
O tempo passou,
mas o calor do teu amor não mudou,
continuas sendo a mesma mãezona,
com o ardor do amor intenso, que só mãe sabe ter,
de conselhos para dar, pelas experiências dos anos vividos,
e neles contidos, dores das desilusões de filhos perdidos sem razão,
sem porquês, coisas da vida, sobram emoções.
Coração puro, sem falsidade, essa és tu mãe divina,
de uma serenidade que incomoda, paciência só quem tem
as vezes no canto da casa, triste, chora baixinho,
saudades, saudade de alguém,
saudade de um filho que Deus o tomou pra si,
saudade de um amor, que também desencarnou,
um amor que não pensou ser tão forte o sentir
e que hoje tanta falta lhe faz, seu esposo, meu pai amado.
Hoje sou crescida, sou realizada como mãe que sou
amo, sou amada, sinto o mesmo prazer que tu tens,
tenho filhos pra acalentar, para cuidar, para amar.
Hoje temos a mesma razão de ser e viver feliz,
Somos mães e filhas também. provamos desse amor infinitamente,
desse amor sem limites, sem fronteiras, além da vida,
vivenciamos do mais puro e sublime amor,
o dom de ser mãe, do sabor do amar sem fim.
Neide Rodrigues, poetisa potiguar, Natal/RN, em 08/05/2019 - 13:25hs