Desejos

Queria ser o vento

Que toca teu semblante e afaga tua pele.

O mesmo que esfria e sopra minh'alma

na falta de um abraço teu.

Queria ser a lua

que fulgura no céu clareando teu sorriso.

A mesma para a qual olho insistente e inebriada

e contemplo na ausência de tua face.

Queria ser a chuva

que percorre teus traços, umedecendo teus lábios.

E ainda que seja torrencial

não se compara às lágrimas que choro.

Queria ser o tempo

o destino, o caminho

para traçar as lineares da tua vida e trazê-las ao encontro das minhas.

Queria ter o dom de ser poeta

e transformar meu desalento em sensibilidade.

Queria ser apenas uma poesia,

ser palavras rabiscadas com sentimento

e conseguir transmitir-lhe o que sinto quando estás distante.

Fazer com que, por um instante, fitem-me teus olhos

e se passe em tua mente que és amado,

que o coração de alguém se aperta ao recordar tua imagem.

Júlia de Verona
Enviado por Júlia de Verona em 24/09/2007
Reeditado em 25/09/2007
Código do texto: T666441