O IDOSO NO BRASIL

O IDOSO NO BRASIL

Palavras tropeçam em palavras, numa tentativa incansável, de captar algo bem além de nossa percepção e imaginação. Ninguém resgata uma dívida unicamente por louvar o credor. Cada dia nós emitimos sugestões para o bem ou para o mal. O que colocamos na balança da vida depende de nós. De grande significação é reconhecer que muito mais importante, para qualquer um de nós na vida, não é bem aquilo que nos sucede, mas justamente aquilo que fazemos acontecer. Com essas sábias palavras queríamos clorofilar algumas conotações em prol daqueles que são mais experientes em termos de vivência, e que na maioria dependemos deles, o idoso. Num passado recente, chamado ou alcunhado de velho, rabugento, acabado e desiludido para a vida, hoje devido às melhores condições de vida quem está na casa dos 60 anos, já é considerado idoso. Nós não deveríamos chamá-los de idosos e sim, mais experientes. Como a idade de aposentaria do ser humano se insere na faixa dos 65 anos, o idoso deverá ter essa idade. Comemorado em todo País, o Dia Nacional do Idoso foi estabelecido em 1999 pela Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades. Será que isso acontece nos dias atuais? É um momento para reflexão.

“A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro”. “Perante Deus toda pessoa é importante, seja jovem ou idosa”. A população no mundo está ficando cada vez mais velha e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta. A situação na América Latina ainda é bem mais confortável do que na Europa. Por ser um continente com vários países e cada um com sua cultura, a população vem caindo em função do desequilíbrio populacional. Lembre-se que, enquanto a matéria envelhece o espírito continua jovem. O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua população. Em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para que o governo e a sociedade se preparem para essa nova realidade não tão distante. Seria bom que as autoridades se precavessem e atentassem bem para esse detalhe, para não serem pegues de surpresa. A indulgência é a fonte que lava os venenos da cultura, visto que a população brasileira não deu o valor necessário que os idosos têm. "Da mesma forma que gosto de sentir um toque de maturidade num jovem, gosto do idoso que conserva algo do aroma da juventude. Aquele que se esforça por misturar assim a juventude e a maturidade pode tornar-se velho pelo corpo, mas seu espírito permanecerá jovem.” (Cícero). É importante que qualquer que seja sua idade, guarde estes pensamentos: "O importante não é viver muito ou pouco, mas realizar na vida o plano para o qual Deus nos criou.

Cada fase em nossa vida é única, e como tal deve ser vivida. O dom da vida que nos foi dado deve sempre ser valorizado no momento atual, pois não sabemos até quando vai nossa missão nesse pequeno espaço que ocupamos. Vivem bem, sem preocupações, não se entregar ao ócio é muito importante para as pessoas mais maduras. As medidas que são dispensadas as crianças nos primeiros anos de vida, o mesmo deve acontecer com o idoso, que já tem sua vacinação contra gripe já delineada no calendário do governo. Não deixe seu idoso isolado e sem nenhuma tarefa a fazer, mantenha bem alimentado, hidratado, com uma ocupação ideal para ele e que participe se possível de todas as atividades atinentes a sua idade. O avanço da medicina e a melhora na qualidade de vida são as principais razões dessa elevação da expectativa de vida em todo o mundo. Apesar disso, ainda há muita desinformação sobre as particularidades do envelhecimento e o que é pior: muito preconceito e desrespeito em relação às pessoas da terceira idade, principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento. No Brasil, são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em seu dia-a-dia: a perda de contato com a força de trabalho, a desvalorização de aposentadorias e pensões, a depressão, o abandono da família, a falta de projetos e de atividades de lazer, além do difícil acesso aos planos de saúde são os principais. Segundo pesquisa do IBGE, em 1999, apenas 26,9% do total de idosos no País possui algum plano de saúde, sendo que em algumas regiões como o Nordeste essa taxa ainda cai para 13%.

As mulheres são ainda mais afetadas, porque vivem mais tempo e, em geral, com menos recursos e menos escolaridade. Uma das coisas maravilhosas que denotamos aqui em nosso Estado é o interesse do idoso em cursar uma Faculdade ou Universidade e muitos deles já conseguiram seu intento. Idoso não significa falência, mas o governo deve está em estado de alerta para os que estão na faixa dos 65 anos de idade. Diante desse quadro, o governo brasileiro precisa elaborar, o mais rápido possível, políticas sociais que preparem a sociedade para essa mudança da pirâmide populacional. Um destaque no País no auxílio à terceira idade é Brasília. Foi à primeira localidade a criar uma Subsecretaria para Assuntos do Idoso, além de instituir o Estatuto do Idoso, regido por princípios que registram o direito das pessoas mais velhas a uma ocupação e trabalho, como ainda acesso à saúde, justiça, cultura e sexualidade, além de poder participar da família e da comunidade. Trata-se de um modelo que deve ser seguido em todo o País. Afinal, respeitar e ouvir o idoso são obrigações de toda a sociedade. A saúde pode ser considerada uma dádiva divina, e para quem vivem e lidam com harmonia devem proceder como seres humanos civilizados e de cultura definida, e para os mais abonados devemos salientar que a herança é um suplício para quem parte e uma tentação para quem fica. Feliz dia dos idosos.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 27/09/2007
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