O Cego do Maio

Emerge das páginas da história,

um vulto envolto em bravura.

Salve, José Rodrigues Maio;

Varzim reverencia a tua nobre postura.

Hábeis mãos na trama da rede,

livre espírito, coração valente.

Quantas vidas, num ato abnegado,

por tua coragem foram poupadas.

Atirando-se no mar bravio,

sem temor enfrentando a correnteza,

inspirou os gestos de um povo gentil,

concebê-lo a imagem de vossa grandeza.

Um busto forjado com orgulho,

para glória de um singelo pescador;

medalhas, diplomas, a Torre e Espada,

tributos que comprovam o teu valor.

Em mil, oitocentos e oitenta e quatro,

no céu fez-se soar uma trombeta

e partiu o Cego do Maio,

entre anjos, aclamado em sua última tormenta.

Tantos foram os seus feitos,

que assim está exposto,

no centro da grande praça,

contempla-se o belo rosto.

Como antes, ainda vigia,

com os olhos da grande águia.

Santo seja, benemérito salva-vidas!

Santo seja, glorioso Cego do Maio.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 27/09/2007
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