Para Érika
Um dia conheci um ser
Desses humanos, falíveis
Me chamou para ser seu par
Numa festa junina
Olhei desconfiado
Para a dentuça menina
Superou expectativas
Me deu, como homem
As primeiras lições
Tinha se apaixonado
Por uma camisa vermelha
Sempre que a encontrava
Sorria, sorria
De orelha a orelha
Um dia cresceu a mulher,
Forte, como Frida e Diniz
Com histórias e medos
Fatal, como Cotrofe e Isadora
Com decepções e emoções
Escondidas, como Tieta
E, lutadora
Como uma mulher preta
Sempre lhe reencontro
Com o mesmo amor
Não mais aquele juvenil
Mas ainda deslumbrado
Capaz de me desviar
Da maior paixão
E do tesão mais arretado.
Hoje, mulher forte
Me mostra que o fraco
É o sexo oposto
E o preconceito do norte
E que o amor mais possível
Envolve só o cultivo
Nunca, nunca, a sorte.