Às crianças de Beslam
Brado,e não há quem escute o meu grito.
Verto lágrimas, e não encontro quem as enxugue.
Divagando sobre minha dor,
Olho em volta: Agonia, desespero, sangue e solidão.
Não tenho para onde ir.
Refúgio, brincadeiras, aconchego e carinho,
Fazem parte de um passado guardados na memória.
A insanidade brutal,
Das ideologias irracionais,
Marcou este encontro.
O cheiro da inocência é um oásis distante,
O futuro, uma miragem incerta.
Como entender corações e razões,
Que em nome do amor,
Fazem proliferar,
Ódio, tristeza, rancor?
O céu amanheceu cinzento,
Cor de chumbo,
Opaco.
O sol tênue foi impedido pelas nuvens,
Como não querendo presenciar tanta barbárie,
Não há luz, não há brilho,
Apenas esperanças prostradas,
Em olhares que fitam o amanhã,
Que certamente, não virá.
ÀS CRIANÇAS DE BESLAM [IN MEMORIAM]
PAULO PETER POETA
Novembro/2013