O MANGOTE MEIA VIDA

Hei...!! Hei...!! Para o motor!! Foi isso que escutei de seu Valdemar, no meio daquele barulho ensurdecedor do motor estacionário que puxava água para irrigar as plantas na chácara. Parei e fui até onde ele estava, e lhe perguntei o que havia acontecido, ele me disse que deveria ter entrado ar nos mangueiros, pois a bomba parou de puxar água.

Perguntei por onde deveríamos começar a procurar a entrada de ar, e ele parecia que já tinha pós-graduação em procurar problemas naquele motor, foi logo dizendo:

- Vamos começar procurando algum furo nesse mangote.

O mangote era um mangueiro grosso com diâmetro de 5 centímetros, não muito flexível. Enquanto examinávamos o mangote, perguntei se o mesmo não estaria com a data de validade vencida, pois tinha um aspecto de muito usado e ressecado.

Ele então me respondeu contando toda a história do mangote;

- Não meu filho... ele não é tão velho assim... - Esse mangueiro eu ganhei do seu melancia, era um velho que morreu faz uns dois anos, morreu com 84 anos, ele mexia com horta, e quando me encontrei com ele, disse que estava com uma chácara, ele então me pediu que passasse em sua casa que ia me dar esse mangote. No dia que fui buscar, ele me disse que quando era novo e tinha 26 anos, trabalhava construindo casas, e no dia que terminou a casa de um fazendeiro, o fazendeiro lhe deu e lhe disse o mangote era novo e que fazia mais ou menos 4 anos que tinha comprado.