O PROFESSOR E O MEU GUARDA-CHUVA

Vou consertar esse guarda-chuva,
As barbatanas são novas,
Sua minissaia já foi remendada,
A haste que da sustentação está lascada.

Já deu cupim, certa vez foi colado,
Acredito ser até muito engraçado,
Observá-lo todo desengonçado,
Num canto do quarto pendurado.

Não da mais para reformá-lo,
Sem tocar a sua sustentação predileta,
Pois o cabo por inteiro,
Tem de trocá-lo.

É por isso que nossa educação,
Não tem jeito e nem gosto,
O professor é idêntico
A esse substantivo composto.

Em vez de melhor numerário ao professor,
Só ficam em discurso e rodeando,
É o ensino cada vez mais falido,
Os Q. I. ficam-se desnudando.

Lógica comparação,
Não vejo mal algum,
Dizer que o guarda-chuva,
Assemelha-se ao professor.

Os dois são molas mestres,
Um na educação, e,
O outro na chuva de verão,
Esperando base na sustentação.

O dono do guarda-chuva,
Investe na cobertura e barbatanas,
O governo aposta nos materiais,
Mas não na mão humana!

Pois assim, torna mais fácil,
As armações a executar,
Se, pagaste melhor salário,
Ficaria mais difícil, numerário extraviar.