VENEZUELA RICA PARA POUCOS E TÃO POBRE PARA MUITOS

Somos os vizinhos mais próximos da Venezuela, quando estive a primeira vez no final dos anos 90, andei em algumas cidades e na capital Caracas, nessa época os petrodólares como dizem na economia, fazia aquele pais uma nação muito rica ainda que para poucos, mas como a riqueza era tanta, quase não saltava aos olhos a miséria que hoje vive o povo merengue. Os padrões de vida e usufruto de bens como veículos importados, eram vistos nas ruas conduzidos por famílias da classe alta e média. A última vez que fui já em 2011 em um comboio com mas três famílias, curtimos muitas praias em margarita no mar caribenho a um custo baixo, hotéis restaurantes e parques tudo muito barato uma vez que o valor de nossa moeda era bem maior, e essa valorização se dava quase que diariamente; para se ter uma ideia do que seria ser o quinto maior produtor de petróleo, o valor de uma garrafa de água de um litro era o equivalente a oito litros de gasolina, o pais já não parecia tão prospero e a pobreza se via nas ruas. Hoje sobre o domínio de um presidente ditador, que substituiu após a morte, outro não menos, e que chegou ao poder a força e distribuindo migalhas para o povo, por ser militar cercou-se de tiranos de farda envolvidos em narcotráfico internacional, militares estes que sempre estão calados para não perderem o que a maioria nunca ganhou, liberdade, e padrões de vida.

Convivemos hoje com muitos cidadãos venezuelanos em nossa cidade, a maioria refugiados da fome e da falta de emprego e oportunidades, vivem em abrigos ou como podem, fazendo bicos e muitas vezes trabalham quase que pela comida.

Meu pai nos anos 80 fez o caminho inverso, quando partiu para trabalhar em uma região de garimpo, passou algum tempo e retornou se queixando principalmente do tratamento de seus patrões com relação ao pré-conceito, que muitas vezes demonstravam com brasileiros, isso se passava nos tempos de riqueza daquele povo.

Lá pelos anos 70, muito antes de tudo o que relato, seu Valdemar em conversa com um senhor que lhe considerava meu tio distante, professor de geografia e um profundo conhecedor da Venezuela e da região norte e que hoje não está em nosso meio, em sua homenagem temos em nossa cidade escola com seu nome, me refiro a Antonio Ferreira de Souza, conhecido como “Ferrerinha”, conta meu pai que em uma conversa com ele, onde falavam sobre a Venezuela, em certo momento ele falou algo que jamais seu Valdemar esqueceu, disse ele:

- Meu amigo Valdemar, a Venezuela é muito rica, eu mal comparando ela seria como:

“Um navio gigante feito de ouro, carregado de diamantes e navegando em um mar de Petróleo. ”