" Homenagem ao Caralho "

- Ode ao Caralho -

Ò gente bem educada

Cunhada no meu Brasil

Saída por entre as pernas

Em posição varonil

Desafiando a sorte

Esvaziando o barril

Sou repentista de fato

Saúdo as barbas do rei

Aquí quem caminha certo

Sofre os rigores da lei

Só o safado prospera

Por qual milagre não sei

Ó Brasileiro espirrado

Da pica mais comovida

Que chama vida de morte

E pensa que morte é vida

Sua missão no planeta

É testar o Herbicida

Eu vim prestar homenagem

A este filho de um cão

Que anda dependurado

Balangando contramão

E balangando, balanga

As vísceras da nação

Sua nacionalidade

Nunca foi primordial

Não tem ideologia

Na primazia geral

Nunca quís ser comunista

Nem sócio ambiental

Não fosse bravo soldado

Compadre de gafieira

O que seria daquela

Mocinha namoradeira?

Quem coçaria aquilo

Que coça como frieira?

A minha casta donzela

Como uma rosa em botão

Partiu cedo em romaria

Com doze velas na mão

Pedir à santa uma graça

De ter um pra tentação

Ele semeia a terra

É mestre do bem querer

Se está picado da vida

Inflama e faz gemer

E quanto mais inflamado

Entorta e dá prazer

A dona Maria Lípica

Se consumindo de tísica

Ouvindo musica lírica

Contrariando a física

Tinha lembrança onírica

Por ele fazia mímica

Trapo, trapiche de pobre

Flor deleitosa do rico

Carne santificada

Músculo impudico

Apelidado em Hespanha

Valiente, el Magnífico!

Só se aborrece, jogado

No barco feito sardinha

Sempre reage aos maus tratos

Se não encanta a vizinha

Ou quando lembra do SUS

E Pero Vaz de Caminha

Só tem um medo, senhores!

Da aposentadoria:

De um dia ser esquecido

Dos beliscões da Luzia

No assanhamento da fêmea

Saltita que nem enguia

Namoram o bitelão

Deliram com o bitelinho

Que, sábio meditador

Amante do segredinho,

Prá ser muito eficaz

Nasceu bem pequenininho

E o que diria o Amílcar

Talhado para ser guey

Da conjuntura da sorte:

Oh! Meu destino não sei!

Ele é tão intrometido ...

Por isso foi que pequei!

Ja coroou muitas pernas

Muitas pernas adornou

Ja construiu mil impérios

Outros desmoronou

Ja foi heroi de rainha

Que a França guilhotinou

Só tem um arrependimento:

De um dia ter apostado

Com uma Xonga atrevida

Um samba desengonçado:

Ficou vinte e quatro dias

Semimorto, esbagaçado!

O tempo mais glorioso

Foi quando andou com jesus

Serviu ao Mestre Divino

Com ele foi para a Cruz

Foi quando viu, verdadeiro,

O brilho encantado da luz!