O Morto

Cercado por rostos há tempos esquecidos

Um Corpo Oco

Vazio, Estático, Emblemático...

Descansa em sua cama eterna

Entre as flores colhidas no campo.

De mãos gélidas penduradas

Revestidas por uma pele pálida.

Apenas lembranças de alguém que um dia foi.

Mas cuidado

Pois não há mais nada lá

Apenas resta a casca

De uma casa que lhe serviu bem

Aos prazeres mundanos.

E agora apenas resta a casca

De uma casa abandonada às pressas

Ressoando, infinitamente, o silêncio invisível e impalpável

Silêncio cortante e asfixiante

Para quem fica

Sem poder dizer adeus.

** Descanse em paz, vovô Valdir. Obrigada por me deixar a imagem de uma pessoa digna, discreta, alegre e não tão séria!

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 25/06/2020
Reeditado em 25/06/2020
Código do texto: T6987765
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