AMÉLIA AMOR PARA TODAS AS VIDAS!

Amélia

Amélia Mariano de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema/RJ, em 14 de abril de 1868. Viveu na cidade do Rio de Janeiro, onde faleceu, em 05 de março de 1945 aos 77 anos. Ficou conhecida como a eterna noiva de Olavo Bilac (1865-1918).

Amo-te, amo-te! Como é bom poder enfim dizer o que nos enchia o coração! Amo-te, amo-te, amo-te cegamente, loucamente, mais que a tudo! Amo-te porque és para mim a melhor, a mais pura, a mais santa de todas as criaturas.

Amo-te, porque tu, meu orgulho e minha vida, foste a única mulher que me soube fazer conhecer toda a divina delícia, toda a suave tortura do verdadeiro amor. Amei-te no primeiro dia em que te vi: amei-te em silêncio, em segredo, sem esperança de te possuir e sem refletir. Não quis saber quem eras, nem quis saber se poderias me amar: amei-te e amo-te cada vez mais.

Estou em São Paulo por tua causa. Trabalharei, farei sacrifício de tudo, lutarei contra tudo, mas juro-te que serás minha inteiramente minha, unicamente minha. Amo-te! Amo-te! Amo-te!

A devoção que tinha para com a amada Amélia expunha sua fraqueza e ao mesmo tempo, demonstrava a leveza de alma que possuía. Bilac amou Amélia em silêncio e em segredo desde o primeiro dia no qual a viu, sem saber se seria correspondido ou não e menos ainda sem saber quem ela era. Simplesmente a amou e dizia na carta que escreveu à amada com os olhos lacrimejando: amei-te e amo-te cada vez mais.

Foi amor à primeira vista, encontro de almas gêmeas que, embora não tivesse um final feliz, no sentido de unificar as almas na vida terrena, deixou a sua marca da existência do amor eterno, o verdadeiro e único amor, que é para todas as vidas.

“Juro que serás minha, inteiramente minha, unicamente minha. Amo-te! Amo-te! Amo-te! Olavo Bilac

Outra frase marcante de Bilac que ficou para história literária: “Amo-te, amo-te cegamente, loucamente, mais que a tudo! Amo-te porque és para mim a melhor, a mais pura, a mais santa de todas as criaturas”. A profundidade desse amor não pode dimensionar e, talvez nem Bilac e nem Amélia soubessem o quanto de amor existia dentro de cada um para dividir, compartilhar e gritar para que todos ouvissem e ecoassem por todo o mundo.

Essa loucura de sentimento nos invade, contagia e nos faz acreditar no amor, que não exige nada em troca. Endeusar a amada e a elevar no mais alto degrau do altar divino, incorporá-la, diferencia-la, devota-la fez com que Bilac conhecesse a divina delícia e como ele mesmo disse: “toda a suave tortura do verdadeiro amor”.

O imortal príncipe dos poetas sabia que havia vida em outras dimensões, que a morte não seria o fim e que todo ser humano tinha dentro do peito um diabo que ruge e um Deus que chora. Na obra “Tarde”, Bilac expõe sua preocupação com a morte e mesmo de forma melancólica, dá sentido à vida e demonstra uma alma inquieta, mas deixa claro que tudo não passa de uma ilusão.

Bilac conheceu Amélia nos saraus que a família Oliveira organizava. Até acreditam que Bilac participava desses eventos por causa de Amélia. Sua amada também compunha belos versos, mas, a pedido de Bilac os escondeu por anos. Amélia correspondia aos encantos de Bilac, mas jamais podiam prever a traição que sofreriam do destino. Nunca passou pela cabeça de Bilac e nem de Amélia, ficarem separados por toda a vida.

Realmente, foi uma apunhalada que não os uniu, sepultou a dor e jamais matou o amor. Embora Bilac morreu cedo demais, com 53 anos. Amélia nunca teve outro homem ou outro amor. Quase que semanalmente, Amélia levava flores no tumulo de Bilac e conversava horas com o amado, como se visse seu vulto sobre a lápide. Um amor que impressionou até os espíritos guardiões do universo.

A amada de Bilac foi a musa inspiradora de nosso príncipe, que se rendeu à magia dos seus encantos. Engana-se quem acha que esse amor não foi concretizado. Lembra quando Bilac dizia sobre as estrelas, pois é: Amélia era uma delas e só Bilac era capaz de ter ouvido de ouvir e entendê-las. “À que me espera”.

Homenagem a Olavo Bilac (Príncipe dos Poetas Brasileiros)

Edimilson Eufrásio
Enviado por Edimilson Eufrásio em 20/11/2020
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