MEU GRANDE AMIGO!

...

Naquele ano eu ó via, porém ó desconhecia.

Por medo talvez!

Por não querer ser um incomodo.

Quem sabe das duas coisas. Quem sabe!

Mas tudo ocorria como deveria ter sido.

Provas, Bagunças, novas amizades, mas intimidade.

Mais você continuava ali! Sempre ali no seu canto e com um enorme pesar em sua face.

Todos em suas casas ou seja tinha chegado o final de ano.

Mais aquilo não saia da minha cabeça.

Quem era você? Por que sempre tão sozinho?

Aquela luz que brilhava mesmo em profundas escuridões.

Que cantava mesmo com vários problemas.

Que era a graça daquele campus.

Mas por que você não mais aparecia?

Ouvir dizer que tinha desistido e que não voltaria mais.

Segui curiosa mais em frente com meus afazeres.

Dias depois apareceu com a mesma graça, porém com uma palidez maior.

Perguntava-me! O que terá acontecido?

Nas aulas estávamos na mesma sala.

Pela primeira vez colegas.

Naquela sala que nos contaria, várias histórias.

Boas e Ruins. Mas histórias bem vividas.

Histórias reais com personagens reais.

Ao primeiro encontro foi algo fora do comum.

Você conversava com sua grande amiga, enquanto eu os olhava,

mais com disfarce para não ser mal interpretada.

Já se ouvia nos corredores a forma que eram tratados.

Os olhares de indiferença, os cochichos por trás.

Não nego isso me incomodava muito.

Mais certo dia me pediu ajuda e assim fui os ajudar sem mais nem menos.

Agradecido me falou, “Muito obrigado!” me chamando de anjo.

Dias se foram e fui percebendo que em meio a tantos jovens eles foram se tornando motivos de

piadas sem graça.

Fui me aproximando me fiz disponível, fiquei por dar umas bofetadas em uns idiotas inúteis.

Chamei meus amigos fiz o entrosamento, mas ainda assim não se enturmaram.

Mudei minha rotina com muito prazer, ajudava nas horas vagas.

Acordava cedo, estudava em triplo para poder ajudar nas questões e duvidas que os dois pudessem

ter.

Foi de coração.Perdi as contas de quantas vezes fizemos grupo para estudar.

Sua amiga já estava de viagem marcada e não terminaria o ano junto com a gente.

Viramos melhores amigos em poucos dias.

Sabíamos mais um do outro, do que nós mesmos.

Em um certo dia te via triste, um pouco cansado você mesmo me disse.

Conversei com ele e fui pergunta se teria como ajudar?

Ele então me responde que não poderia, pois eram apenas coisas da vida.

Casos a parte continuamos, ele faltava várias aulas.

Isso então me deixou intrigada.

No dia seguinte tínhamos prova combinamos de chegar mais cedo para estudar ele me falou ainda

ter duvidas por que seus remédios fazia sua memória falhar.

Cheguei primeiro e fiquei esperando estava perto de realizar a prova quando pouco tempo depois

ele chega.

Perguntei se queria revisar mas ele já não tinha esperança de conseguir passar.

Estava desolado e muito triste, aquela reação dele me deixou muito preocupada.

Chegada a hora da prova ficamos longe um do outro o professor muito exigente e mesmo assim

compreendeu a gente.

Todos aflitos com os desafios fomos em frente cada um fazendo a sua não podia olhar nem pro

lado.

Aos poucos foram saindo, descobrindo os segredos dos códigos perdidos.

Ficamos eu e mais alguns.

Ainda assim eu sabia. Eu tinha estudado fazia dias.

Mas minha cabeça estava nele que ao olhar parecia nervoso.

O professor até deu uma aliviada, liberou algumas dicas.

Mas para meu amigo era difícil de lembrar muito código.

Não aguentei e vi o desespero corre até ele e fiz toda sua prova.

Vi que as pessoas não tinham paciência com ele e tão pouco gostavam dele.

Ele era discriminado por sua idade, era discriminado por sua homossexualidade e por viver cada dia

de sua vida sem medo de errar.

Morava sozinho mas tinha filhos, e um neto bem pequenino.

Ele os amava com tamanha devoção, mesmo com toda distancia.

Mas seu corpo estava cansado, vivia muito debilitado.

Disso eu já sabia ele havia me contado.

Meu medo em ajudar era dele se emocionar.

Mas não resisti, com o que estava vendo.

Passei por cima de tudo até do professor que com sabedoria ele respeitou.

Assim que terminei o dele fiquei tentando explicar quando ele percebeu que eu não tinha acabado a

minha prova os olhos dele se encheram de lágrimas.

E pior quem ficou foi eu, ele começou a me elogiar.

Agradeceu-me. Me deu um abraço e um beijo disse que sem me ele não conseguiria sair do lugar.Sempre o coloquei com os pês no chão, não o iludia sabia que dificuldades ele tinha, mas nada que

não superaria.

Ainda no mesmo dia já a noite nossa última aula ele pediu pra falar comigo a sós.

Fiquei, ele novamente me agradece e me da um abraço.

Mais nesse abraço não foi normal, sentir um frio que parecia que estava gelando minha alma.

Mais enfim, continuamos e cada um tomou seu caminho.

Dias se passaram ele já não aparecia.

Então me preocupei mandei várias mensagens ele não respondia e nem visualizava.

Foi então que descobri que ele estava internado no hospital.

Ele falou comigo mas ainda estava muito debilitado.

Disse-me que não poderia voltar tão cedo para o curso e tão pouco sabia quando teria alta.

Mais a noite recebo sua mensagem dizendo que não teria alta e que ficaria internado.

Fiquei pensativa e lembrei que ele não poderia se emocionar.

Dias se passavam eu estava muito ocupada mas ainda tinha minha preocupação com seu estado de

saúde.

E aquele abraço não me saia da lembrança.

Chegou certo dia fui para faculdade onde pretendia encontrá-lo.

Ele próprio tinha me dito que tinha tido uma melhora e quem sabe ele voltaria a tempo de nos ver

antes das férias.

Ao chegar fui cumprimentar alguns amigos e procurei outros.

Aos amigos que nos conheciam ficávamos todos do lado de fora em uma barraca de lanches todos

já tínhamos nos tornado grandes amigos.

Cada um tinha um amigo mais próximo do outro, ainda assim papo vem papo vai decido ir

encontrar os outros que eu já sabia onde estariam.

Ao chegar me deparo com dois amigos conversando baixinho e com semblante de preocupação

pergunto o que tinha ocorrido meu amigo me chama pro canto e olhando para me fala do nada “A

vida e complicada”.

Novamente quando vou abrir a boca para perguntar o que tinha acontecido desta vez me aparece

uma colega falando que tinha sido verdade o que tinha acontecido e que era assim mesmo que as

coisas acontecem.

Eu não estava entendo nada e pergunto outra vez, o que ouve do que aquela garota estava falando?

Ele me pedi calma. Eu repito o que ouve? Então ele me fala que nosso amigo tinha descansado. Eu

absurdamente não estava entendendo nada ate que ele explicou que nosso colega tinha falecido na

noite anterior isso foi depois que ele falou comigo e nos despedimos a noite ele nos deixou.

Eu no fundo estava negando essa sensação que doe, doe muito machuca pior saber antes e ao

mesmo tempo negar pra si e no fim realmente tinha acontecido.

Não me conformei falei que era mentira fui atrás da única pessoa que podia ter notícias dele a única

pessoa que tinha maior contato com ele e sabia de todos os alunos ou quase todos e quando cheguei

a sala que olhei para ela não precisou palavras eu apenas queria sair dali e sumir.

Ir para longe onde ninguém pudesse me encontrar meu amigo não deixou eu sair.Foi duro mais foi o fim.

Assim e a vida não controlamos eu só não pude te dar um longo e forte abraço mas pude te

agradecer por ter entrado na minha vida.

E como ele mesmo gostava de dizer “Quem não vive para servir, não serve para viver!” Grande

abraço meu amigo.

+ 20/12/18 +