Eu finalmente encontrei uma Mulher que lê!

NAMORE UMA MULHER QUE LÊ

*Parafraseando o texto original do link abaixo:

(http://textoserio.blogspot.com.br/2016/06/namore-um-cara-que-le.html)

Namore uma mulher que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés das maquiagens, dos sapatos, das roupas ou do cabelo. Ela também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-la interessante aos seus olhos. Namore uma mulher que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que a ensinou as primeiras letras.

Encontre uma mulher que lê.

Não é difícil descobrir: ela é aquela que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ela é aquela que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquela que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Essa é a que lê.

Ela é a mulher que não tem medo de se sentar sozinha num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ela não está sozinha: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ela não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.

Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ela está lendo – e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.

Namore uma mulher que lê, ela vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice, Dostoievski e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesmo, você mesmíssimo, porque ela sabe que são as complicações, os poréns que fazem um grande herói. Uma mulher que lê enxerga em você todos os personagens de todos os romances.

Uma mulher que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.

Uma namorada que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-la: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Uma mulher que lê sempre entenderá aquela sua pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.

E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ela quis dizer quando escolheu justo esse. Uma mulher que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.

Entenda que ela precisa de um tempo sozinha, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ela vai voltar – com o coração aquecido – para o seu lado.

Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.

Ela vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry ou Machado de Assis por whatsapp. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-la lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ela recite alguma coisa, meio envergonhada, nos dias especiais. Uma mulher que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e vai se surpreender quando te ver recolhendo a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho para as crianças.

Namore uma mulher que lê porque você merece. Merece uma mulher que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ela não seja a melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore uma MULHER que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma mulher que escreve. E, em meio a todos os defeitos e imperfeições da vida real, seja o Verdadeiro PRÍNCIPE, PORÉM, HOMEM DA VIDA DELA!

Homenagem a Déborah Amaral, esta menina-mulher que ganhou o meu coração e que, enquanto Deus me permitir respirar, terá o melhor de mim todos os dias de nossas vidas!