Wan - uma viagem de meio século

ao amigo Wan

Uma data pontual – lança dos anos 70

- Alegria de seus pais: José Monteiro e Donatila

Deus deu ao mundo um ser a mais... ou um ser demais

Criança – imaginamos suas sapequices

Menino – imaginamos seus encantos

Encantos pelo mundo, pela natureza: matas, rios, igarapés

Panema, local que lhe viu assim, em descoberta

Depois praias, montanhas, vales, planícies, chapadas...

Conhecemo-nos na juventude – entusiasmos e esperanças... que plenitude!

Universidade: universo dentro das idades: Bacharel pela paixão

Lincenciado pela profissão

Em atitude de líder, convida-nos (Marcelino, Alex, eu, e depois Luir)

convida-nos a fundar na amizade o GUA

na união de nossas perspectivas,

de nossos sonhos, de nossas índoles

e de nossas inocentes e possíveis narrativas

Amigos de brincadeiras – futebol, viagens e besteiras...

Amigos de confidências – claras, poucas de bobeiras...

Amigos de vivências – más ou boas, boas e certeiras...

Eras! Das aventuras de doideiras:

Pedalamos 12 horas para chegar e dormir em Cachoeira

Eras! Das aventuras doutas:

Pedalamos mais 12 horas só para dar umas voltas!

Quer escrever um romance, Manoa

- cidade lendária, perdida

Ainda na mente entoa

A obra que precisa ser lida

Quantas vezes tivemos que escutar, ressoando o eco familiar

“Paizinho”, ... “mãezinha”

Carinhos passados a limpo pela criação que teve e quis mostrar

E agora notamos com o convívio a saudade de sua mãe...

Saudade compensada talvez por tê-la sempre no coração!

Saudade compensada na certeza de que esteja ela ao lado de Deus...

Família, sempre família – esteio, então

Na totalidade de serem também por vezes companheiros, os irmãos

O amor à vida...

O amor à Geografia...

O amor à Astronomia...

Fizeram-no nestas 50 voltas em torno do Sol

A ser um maravilhado dos mistérios de Deus....

A busca por conhecimentos e contentamentos...

Cada volta, a mesma e sempre diferente

Já discutimos a relatividade de Einstein

Já discorremos sobre física quântica

E já pensamos de nós o quanto, nessas...

50 primaveras – as flores que desabrocharam

50 verões – o calor ardendo no espírito

50 outonos – folhas são prantos caídos

50 invernos – chuvas lavam às vezes a alma

A soma lhe presenteou nas 200 possibilidades caminhadas

E cada escolha o trouxe até aqui

Cada decisão tomada valeu o suspiro

o cansaço

o ânimo

Renovação na constituição familiar:

a esposa (Síria), suas filhas (Camila e Manuela), seu filho (Thiago)

Entes preciosos que firmam o amor, a amizade, o companheirismo

e todas as esperanças nutridas neste seio: família!

Meio século...

O que nos alenta, os amigos, é que falta a metade do caminho

E, quiçá Deus permita, a metade e mais um pouquinho...

Nosso amigo e irmão neste dia condizente

Vive e rememora filmes a que só sua mente assistiu/assistente

A Terra é a espaçonave nessa jornada incrível

Professor: em que planeta estamos?

Alunos pasmados pelas descobertas ao lado...

As mentes se abrem para o universo em expansão...

Comerciante, empresário – as contas demoradas feitas à mão...

Ainda que saibamos muito

De suas lutas, de suas dores, de suas conquistas e de seus amores

Amigo nenhum às alcança!

O peito guarda o que sente esse coração de criança

No seu sorriso

Sincero, brincalhão

Seu jeito fechado às vezes

Sisudo, bobocão

Encontra-se esse menino, agora cinquentão!

Ele segue

E demonstra sua gratidão

Percebemos... os colegas, os amigos, a família – seus irmãos

Quando um dia findar sua viagem

E tiver que entregar seu livro terminado

Chegue ele para Deus e diga em respeitosíssimo tom:

“Talvez eu tenha sido o vilão de uma ou duas histórias,

mas sou e sempre fui um homem bom!”

(FURTADO, Jonas – em nome do GUA)