Rachel de Queiroz. A primeira mulher a fazer parte da ABL.

Nascida em 17 de novembro de 1910, em Fortaleza - CE, Rachel de Queiroz foi professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga.

No ano de 1917 veio para o Rio de Janeiro, em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca de 1915, a qual mais tarde a romancista aproveitaria como o tema de O Quinze, seu livro de estréia. No Rio, a família Queiroz pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois anos. Regressando a Fortaleza, Rachel de Queiroz matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o curso normal diplomando-se em 1925, aos 15 anos de idade.

Estreou no jornalismo em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queiroz, publicando trabalho no jornal O Ceará, de que se tornou afinal redatora efetiva. Ali publicou poemas à maneira modernista, cujos ecos do Sul, da Semana de Arte Moderna de 1922 chegavam à Fortaleza. Em fins de 1930, publicou o romance O Quinze, que teve inesperada e profunda repercussão no Rio de Janeiro e em São Paulo.Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do país, agitando a bandeira do romance de fundo social, miséria e a seca. O livro, editado às custas da autora, apareceu em modesta edição de 1000 exemplares, recebendo crítica de Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Cruls. A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha, que lhe foi concedido em 1931, ano de sua primeira distribuição oficial. Em 1932, publicou um novo romance, intitulado João Miguel, retornando, em 1937, com Caminho de Pedras. Dois anos depois, conquistou o prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira, com o romance As Três Marias. Escreveu ; Crônicas Escolhidas, em 1958 e ainda o romance; Memorial de Maria Moura, no ano de 1992.

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Eleita para a Cadeira nº 5 na data de 4de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho, foi recebida em 4 de novembro pelo acadêmico Adonias Filho.

A homenagem que ora presto a essa digna escritora brasileira, se motiva não somente pelo fato de ter sido ela a primeira acadêmica da Academia Brasileira de Letras, mas, principalmente, devido à comemoração dos noventa e sete anos de seu nascimento, na data de 17 de novembro, deste ano.

Fonte: Tecendo Textos, da Coleção Novo Tempo.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 16/11/2007
Código do texto: T739601