Olavo de Carvalho

Faleceu, hoje, 25 de Janeiro do ano de 2.022, Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro. Não tenho conhecimentos para dimensionar-lhe a vastidão de seu horizonte intelectual e o valor de suas obras, da qual conheço um pouco.

O nome Olavo de Carvalho eu o li, pela primeira vez, poucos anos antes do alvorecer do século presente, numa revista, República, que traz, também, outro nome que eu então desconhecia, o do crítico literário brasileiro Wilson Martins. De ambos os dois estudiosos brasileiros, uma entrevista, ambas a contentarem-me imensamente. Não sei dizer qual delas mais me agradou. E os nomes Olavo de Carvalho e Wilson Martins nunca mais me saíram da memória. Nas poucas páginas que reproduzia a entrevista que à República Olavo de Carvalho concedera, li, e pela primeira vez, nomes de pensadores que eu nunca tinha ouvido falar e os quais eu jamais lêra gravado em algum jornal ou revista. O tempo passou. E fui ler alguma coisa de Olavo de Carvalho, anos depois, nos primeiros do século atual, na revista Primeira Leitura, artigos, curtos, de uma página cada, um em cada uma das pouco mais de trinta edições da revista. Os textos dele eram os que eu mais apreciava. Límpidos. Corretos. De leitura agradável. Até então estes foram os meus contatos com a obra de Olavo de Carvalho. Dos livros dele, nenhum eu tinha lido até então. E passou o tempo. E aprendi a usar a internet, a acessar sites de busca. E durante uma das minhas incursões pelos sete mares da internet, evoquei o nome Olavo de Carvalho. E digitei-o, no site de busca, no campo apropriado. E apareceu-me um link, dentre outros, que acessei. Era o do site "Sapientiam autem non vincit malitia"; e tão logo dele tomei conhecimento, pus-me, aos trancos e barrancos, neófito na arte da navegação internética, a viajar pelos artigos. Digo: viciei-me na leitura da literatura de Olavo de Carvalho. Li a aula dele acerca de Aristóteles, que encantou-me, imensamente, e centenas de artigos, que versam sobre temas variados (muitos deles, reunidos, anos depois, no volume "O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", selecionados por Felipe Moura Brasil - livro que li, numa tacada só, de cabo a rabo). E por essa mesma época, li três livros que, não muitos tempo depois, eu iria reler, "A Nova Era e a Revolução Cultural", "Aristóteles em Nova Perspectiva", e "O Imbecil Coletivo". E seguiram-se as leituras de "O Jardim das Aflições", "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão, em 38 Estrategemas", "Astros e Símbolos", "Os E.U.A. e a Nova Ordem Mundial" (debate de Olavo de Carvalho com Alexandre Duguin), "A Filosofia e Seu Inverso", e "Maquiavel, ou a Confusão Demoníaca". Não sei dizer qual destes livros mais me agradou. São, todos, ótimos. Não se sai incólume de uma leitura de qualquer um destes livros. E há poucos anos, li, em um blog, a transcrição das primeiras vinte aulas do C.O.F., simplesmente ricas de sabedoria.

É-me impossível listar todos os autores que Olavo de Carvalho me apresentou. Menciono alguns deles: Eric Voegelin, Xavier Zubiri, João Camilo de Oliveira Torres, José Osvaldo de Meira Penna, Constantin Noica, Herberto Sales, Gustavo Corção, Mário Ferreira dos Santos. Alargaram-me os horizontes os livros e os artigos de Olavo de Carvalho. Obrigaram-me a rever meus conceitos acerca da Igreja Católica, dos Santos, da Idade Média, e da Língua Portuguesa. Melhoraram-me, acredito.

Muito fez Olavo de Carvalho pelo Brasil. Toda pessoa que nos últimos trinta anos dedicou-se ao estudo das coisas do Brasil não ignora a importância de Olavo de Carvalho e sua obra para o enriquecimento do pensamento brasileiro.

Esta é a minha singela homenagem ao homem, extraordinário homem, Olavo de Carvalho, que deixou, hoje, a dimensão material de sua existência.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 25/01/2022
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