Riso da boca da noite
Numa boca da noite ele partiu
E lá se foi nosso melhor sorriso
Aquele que ecoava meio debochado
Numa roda da calçada Arraismaia
Ou numa mesa redonda de Maria
Sempre o encontro do mais esperado
Não era um sorriso qualquer
Era um fim das rodas combinadas
O deboche, meio santo e inviezado
Fazia feliz às pessoas amadas
Mesmo nos bons encontros ao acaso
Com o Zé tudo era motivo pra riso
Um riso bom, e um tanto descarado
Nossa noite perde em sua boca
O sorriso que puxava riso largo
Que juntava gente e confluências
Numa gozada mental bem relaxada
Até a cruviana assobiava discreta
Para nunca cobrir sua gargalhada.
PG Alencar (28/04/2022)
Homenagem ao amigo Zé Flávio, ícone de Pio IX que partiu de forma precoce e inesperada.