A mistura das Vargens

Quando as vargens se misturam

E vão pra avenida a desfilar

Se aculturam o povo do samba

A nobre raiz do lugar

O quilombola há de ser feliz

Com a ascensão da sua escola

E traz na história o seu enredo

E a ventura do povo negro

Que não precisa da tecnologia

Das fibras do fundo do mar

Nem dos drones da má riqueza

Que ficam expostos no ar

E vem o gavião e a gaivota

A derrubar quem quer nos vigiar

Somos o coracão da mata atlântica

Com lindas folhagens e paisagens românticas

E atrás da selva de pedra surge a lua cheia

Que é bonita demais

Anunciando o caminho do céu

É a história dos nossos ancestrais

O sol ilumina a nossa musa

E nos oferece felicidade e prazer

É o sinonimo da fertilidade

É espaço no campo para dar e vender

Eu " Tô na boa"

Comendo um risoto de camarão

E bebendo uma cerveja

Pra comemorar a nossa libertação

O ventre é livre lá no topo da mata

Nascem negros sem correntes e sem chibatas

Não há grito de socorro

O que se ouve é o ritual da emancipação

E o sacerdote de Mont Serrat

Sobe a serra pra beijar a mão do preto velho

Que come o pão oferecido

Mostrando que é cultura a mistura das vargens

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 08/06/2022
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