Mulher(es)

Das muitas mulheres que já fui

Essa é a minha versão favorita

Não porque hoje as coisas sejam mais fáceis

Vivo a catarse enquanto passo pela metamorfose

Mudo, me moldo, me puxo, silencio e falo demais

Choro, grito, gargalho, calo, me dispo e me abraço

me rasgo, me costuro, me acolho, amo, me refaço.

Sou tanto e sinto tanto, intensidade que caminha

Alucino com a criatividade da insegurança minha

Na força do amor, do ódio, da lama e do pódio

Dos medos que não compartilha, da descrença

Do excesso de pensamentos e de fantasias dela

Do prazer em ser a vítima, carrasca, em agonia

Conflituosa ao se descobrir mulher, é boa e má

Matando a criança obediente que cresceu só.

Eu...Volto a primeira pessoa, me tomo posse

E me conjugo como verbo, quebro contratos

Me quebro, me junto, me nomeio mosaico,

Belo, quebrado, difícil de ser lido por não ser uma,

mas muitas...Histórias, lugares, sons, pessoas

Composta de muitas, sei exatamente quem sou

Voou na liberdade de ser e ofertar-me em amor.

Estou em processo de feitura, não nasci pronta

Quando me entendo me torno mais complexa

Me torno mais completa mais dona de mim

Reviso meus caminhos, as estradas onde andei

Os amores que eu amo e também os que amei

As mulheres que eu fui e ainda as que serei.

Tatiane Pereira dos Santos
Enviado por Tatiane Pereira dos Santos em 08/03/2023
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