Abolição

( Poesia Recitada - HH012 )

Mão de obra, trabalho árduo, visceral,

Uso manual com emprego, de força viril.

Primeiros operários da terra Nacional,

Extratores, para os cortes, do pau-brasil.

Sempre por troca, quando a finança pedia lugar,

E a Política ditava das regras e cobrava no Couro.

Ordenavam Escravos, para engenhos do Açúcar.

Quando na vez e mais cobiçada, a moda do Ouro.

Muito empenho, nas colheitas, com as plantações do Café,

Também com dedicações nas tarefas, dos serviços domésticos.

Tudo, sorvendo das crenças místicas, onde se valiam da Fé,

Expostas maravilhosamente, vistas nos seus valores artísticos.

Igrejas, pontes, ferrovias e casas,

Construíam sem dar custos, algum.

Escravos, não mereciam as pagas,

Sem palavras, sobre tom, nenhum.

Todo tipo de sofrimento, enfrentavam com os seus senhores,

Penas severas, isolamentos familiares, dos porões nas noites.

Passavam necessidades, sem alimentos, anotavam: Horrores,

Relatos doloridos, as marcas lacradas nas costas, dos açoites.

Se necessário fosse, a liberdade, faria por tratos,

Havia Escravos negociados, quais Ovos no Balaio.

Assim se fez, e o Decreto anunciou aos Escravos,

Diferentes rumos, dando início, no Treze de Maio.

Quis que o século, vigente, estivesse no tempo, marcado:

Batalha Assistida, Intentada, de Caminho Certo, e Caminho Torto.

Coube a Princesa Isabel, o evento que guarda registrado:

Memorável Dia em festa, Ano de Mil Oitocentos, e Oitenta e Oito.

Correntes arriadas, algemas abertas por novo horizonte,

Também, em consequência, organização de nova banda.

Das fazendas, dos trabalhos, das moradas, em desmonte,

Nas medidas, não orientadas, com o efeito da demanda.

Mesmo que libertados, pouco a pouco, com as posses de alforrias,

Perdidos, tantos, sem as proteções precisas, pelas ações, de então.

À mercê dos sabotadores, ficavam negociando as cartas, à revelia,

Além da indiferença existencial, nos convívios, pela descriminação.

Tão poucos ditos: Aos meus ouvidos, corretos, pensando: Atentos,

Tão poucos escritos, compreendidos da minha pena, por querer vontade.

Ousando formular Poesia, com tantos mais, que foram tormentos,

Aqui deixo, dos meus versos rasos, mas do valor com a responsabilidade.

E ainda que insurjam, hoje, atitudes dos contrários,

Ecoa a Lei, liberdade plena! Com a magnitude sanção.

Pois se assim não fosse, às ideias de muitos, vários,

Não acertaria jeito outro, de extirparem a Escravidão.

E de fato, é comemorado,

Nas redes, de suma aplicação.

Retrato, gosto, lembrado,

Inesquecível! Dia da Abolição.

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 13/05/2023
Reeditado em 28/12/2023
Código do texto: T7787391
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